Prefeitura de Londrina troca doses de vacinas contra a Covid-19 com Curitiba para evitar suspensão da campanha de imunização

Diante da iminência de faltar vacinas contra a Covid-19, principalmente as segundas doses de Coronavac, e ter que interromper a campanha de imunização, as prefeituras de Curitiba e Londrina trocaram vacinas há cerca de dez dias.

Na troca, doses da vacina da Astrazeneca foram encaminhadas para a capital do estado e frascos da Coronavac foram entregues em Londrina, foi confirmada pelo secretário municipal de Saúde de Londrina, Felippe Machado.

Conforme Machado, a solicitação foi feita pela administração londrinense.

“Visando não haver interrupção no esquema de vacinação, haja visto o atraso no envio de vacinas por parte do Ministério da Saúde. De comum acordo, houve a troca de um quantitativo de vacinas entre os municípios”, explicou.

A Prefeitura de Curitiba confirmou a troca de doses e disse que, à época, já tinha concluído o esquema vacinal do público que recebeu as doses da Coronavac.

Segundo a gestão da capital, as doses restantes eram insuficientes para iniciar a imunização em um outro grupo. Por isso, aceitou a permuta de 4.440 doses com Londrina.

A troca foi registrada e oficializada no Sistema de Informação de Insumos Estratégicos, do Ministério da Saúde, de acordo com a prefeitura.

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) informou que os municípios têm autonomia para administrar a vacinação nas respectivas cidades, mas que não foi notificada oficialmente sobre essa ação pelas prefeituras das duas cidades.

A Sesa ainda esclareceu que essa prática, troca de vacinas contra a Covid-19 e de imunizantes que fazem parte da rotina de vacinação, não é comum.

Essa troca de doses é apurada pela Comissão Especial da Vacinação contra a Covid-19 da Assembleia Legislativa do Paraná.

Em uma reunião realizada na segunda-feira (17), os deputados estaduais, integrantes da comissão, afirmaram que receberam denúncias afirmando que Londrina enviou 4.500 doses de imunizantes da Astrazeneca para Curitiba e, em troca, recebeu a mesma quantidade da Coronavac.

A Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) detalhou que a Comissão Especial pediu informações à Prefeitura de Curitiba e à Prefeitura de Londrina com o intuito de entender se houve a troca, qual a justificativa dos municípios para tal procedimento e se o Plano Nacional de Imunização prevê esse tipo de permuta.

A Alep explicou que, no momento, não há como falar em ilegalidade ou irregularidade. É preciso aguardar os devidos esclarecimentos.

O secretário de Saúde de Londrina disse que o município vai responder aos questionamentos assim que receber o pedido de informações da Comissão.