O dia que chorei
Circulou a exaustão desde a noite do dia 23 de novembro um áudio atribuído a mim, de 13 segundos de duração, com um choro compulsivo, onde era dito que à parte o nascimento do Pedro, meu filho, era o dia mais feliz da minha vida. Segundo amigos, o tema “viralizou”. Explico!
Nascimento de filho entra em uma categoria divina, inexplicável, inatingível, onde o ser humano “se perpetua” na Terra. É um amor tão transcendental que chega a doer, de tão forte. Ele só aumenta à medida que os anos vão passando, ainda mais quando surgem obstáculos na trajetória.
Volto ao áudio. Em que pese “fakenews” que enfrentamos diariamente, o áudio é meu, verdadeiro e sincero. Foi gravado para dois grupos de whatsapp que repercutiam o resultado histórico do Flamengo, time pelo qual me apaixonei aos cinco anos de idade. Aos 42, essa paixão só aumentou com os anos.
Não é problema, não é vergonha, não é nada. É sentimento sincero e dele não me arrependo um milímetro. Pelo contrário. Enlouqueci e explodi com os dois gols de Gabigol, que garantiram a vitória rubro negra sobre os argentinos do River Plate em Lima.
Não houve um flamenguista normal que não chorasse, não explodisse em emoção diante de um feito que não ocorria há 38 anos. Foram décadas de espera, sofrimento, paciência e angústia. Somente quem gosta de futebol compreende o que é isso. E quem ainda não entende, deixe de tentar.
Devo ter escrito nesse espaço que futebol é pertencimento, talvez a maior invenção que o homem tenha feito nos últimos séculos. É a simulação da guerra e as Copas do Mundo estão aí para explicar tamanha mobilização e países parados em torno de aparelhos de televisão.
Futebol é também atividade econômica, dinheiro girando, empregos gerados, economia pulsante. Quando ouvir alguém dizendo: “não sei para que perder tempo com isso se não ganha nada”, perdoem, eles não sabem o que falam.