Água contaminada?

Em julho deste ano, os vereadores Luiz Carlos Garcia e Sebastião Alexandre protocolaram uma denúncia no Ministério Público (MP) sobre possível contaminação por esgoto sanitário sem tratamento e/ou rejeitos industriais em córregos de Mandaguari.
Para embasar a denúncia, os edis usaram um relatório elaborado pelo engenheiro ambiental Renan Borin Toscano de Brito, que atuou de forma voluntária junto à Câmara de Vereadores. A reportagem teve acesso ao documento, que traz o parecer sobre duas visitas técnicas feitas por Brito aos possíveis pontos de contaminação.
O relatório indica três pontos em que ocorre despejo de resíduos suspeitos – dois no córrego Juquiá (a dois quilômetros do centro da cidade) e um no rio Keller (a quase cinco quilômetros do centro).
O documento relata a presença de espuma na água, forte odor, além de alteração na vegetação local em contato com a corrente. Um dos pontos fica a poucos metros da Estação de Tratamento de Esgoto e Estação de Água Tratada da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), que tem a concessão para o serviço de tratamento de águas e esgoto em Mandaguari. 
Com o caso nas mãos do Ministério Público, os vereadores esperam uma ação para a constatação de possíveis irregularidades. “O objetivo de todos é cuidar do meio ambiente e o papel do vereador é fiscalizar. A população falou que havia o mal cheiro e nós identificamos os canos que despejam líquidos suspeitos nas águas da região”, explicou Luiz Carlos Garcia.
Já Sebastião Alexandre destaca que tão importante quanto identificar o problema é chegar até os responsáveis pela possível ação irregular. “A denúncia é importante pra identificarmos o mau cheiro constante em determinados pontos da cidade. É necessário, agora, a análise da água para sabermos a real situação da água”, disse.

Sanepar
À reportagem, a Sanepar se manifestou através de sua assessoria, informando em nota que “tem realizado, nos últimos anos, muitos investimentos para ampliação do sistema de esgotamento sanitário de Mandaguari. Também são realizadas melhorias operacionais nas suas unidades de tratamento, visando aumentar a eficiência dos seus processos. Uma outra ação desenvolvida pela empresa se refere às vistorias para identificação de ligações clandestinas e lançamentos de efluentes não domésticos em residências e empresas, para evitar que o esgoto sem tratamento chegue até os córregos urbanos. A companhia ressalta que os investimentos na cidade devem continuar, inclusive com a construção de uma nova Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), prevista para os próximos anos. As unidades da Sanepar possuem licença de operação e seguem a legislação ambiental vigente”.

MP
Procurado, o Ministério Público ainda não se posicionou sobre o caso. O órgão analisa a denúncia e deve tomar as medidas cabíveis assim que a responsabilidade pela suposta contaminação for apurada.