Em clássico feio, Corinthians tem Jô participativo na construção e defesa forte

O vídeo que acompanha essa análise está descrito como “melhores momentos”, mas podemos chamar apenas de “momentos”. Corinthians e São Paulo não fizeram um grande clássico na gelada noite de quarta-feira em Itaquera. Por isso, o 0 a 0 foi pra lá de merecido.

O tabu, então, continua: agora são dez vitórias do Timão e cinco empates. O São Paulo só terá uma nova oportunidade de derrubar a escrita em 2022.

Como apontamos na análise do empate contra o Fluminense publicada pelo ge na segunda-feira, o Corinthians chegou ao clássico com um time organizado.

O Timão teve os retornos de Fábio Santos, Cantillo e Vital e foi armado como vem jogando: no 4-1-4-1, defendendo-se no 4-4-2, sempre com um atleta saltando para fazer a primeira linha de pressão com Jô. Ora Roni, ora Vitinho, ora os pontas.

Em oito rodadas de Brasileirão, o time de Sylvinho sofreu seis gols. Uma boa média, que evidencia a boa estrutura tática da equipe e o bom momento individual dos jogadores de defesa. Os laterais foram seguros, e a dupla de zaga (Gil e João Victor) foi perfeita. O São Paulo pouco chegou.

Os problemas do Corinthians seguem sendo ofensivos. São seis gols marcados em oito jogos.

E essa baixa produtividade piora muito quando o adversário consegue neutralizar o ponto mais forte da equipe, que é a chegada de Gustavo Mosquito pela direita. Bem marcado, o jogador acabou sendo pouco acionado. Nem Cantillo conseguiu achá-lo com lançamentos. Assim, foi o primeiro a ser substituído na etapa final, abrindo vaga para a reestreia de Marquinhos, que mostrou disposição.

Escalado no 3-6-1, o São Paulo tinha iniciação de jogadas com Luan, Daniel Alves e Liziero, mas criou muito pouco perigo. Solto pelo meio, Benítez deu algum trabalho, mas conseguiu ser parado, às vezes com falta.

Cássio só foi trabalhar mesmo no segundo tempo, em chutes de Nestor e Vitor Bueno, que entraram para tentar mudar o placar.

Um ponto a destacar no Corinthians de hoje talvez seja o bom momento de Jô, um ídolo da torcida que convive com tantas críticas. Depois de viver meses de um futebol depressivo, o centroavante tem sido útil novamente.

Nos dois últimos jogos, teve muita movimentação fora da área, fazendo a parede no pivô, disputando a casquinha pelo alto e participando da transição ofensiva. Mesmo sem ter tido chances claras de gol, o jogador de 34 anos foi fundamental para reter a bola no campo ofensivo.

Mais uma vez, Sylvinho termina o jogo sem fazer todas as substituições. Luan, que voltava de lesão, ficou os 90 minutos no banco, talvez pelo temor de que entrasse sem energia num jogo que já estava nesta situação. Para o futuro breve, porém, o time precisa criar mais, agredir mais.

Por enquanto, o décimo lugar na tabela parece ser uma colocação compatível com o 2021 do Timão.