Começa revezamento da tocha olímpica no Japão

Foi dada a largada! O revezamento da tocha olímpica começou oficialmente na noite desta quarta-feira, manhã de quinta no Japão. E o primeiro local a receber a chama que cruzará o país até o início dos Jogos, previstos para começar 23 de julho, não poderia ser mais simbólico. Fukushima, área devastada há 10 anos por um terremoto, tsunami e o derretimento de três reatores nucleares, com 18 mil mortes, foi escolhida. Ao todo, serão 121 dias de revezamento com 10 mil corredores esperados para cruzar 47 prefeituras até a capital Tóquio.

A cerimônia começou no J-Village, um centro nacional de treinamento de futebol. O local foi justamente utilizado como área de preparação para o trabalho de socorro durante e após a catástrofe em Fukushima.

A primeira atleta a conduzir a tocha foi Azasu Iwashimizu, zagueira da seleção campeã da Copa do Mundo em 2011 e que ainda atual no futebol local. Iwashimizu também foi prata em Londres 2012 e campeã asiática em 2014 pela seleção japonesa. Outras atletas que fizeram parte da equipe vitoriosa também participaram da cerimônia. A capitã da seleção de 2011, Homare Sawa, alegou problemas de saúde e não participou do evento.

Conforme autoridades solicitaram previamente, a grande maioria da população em Fukushima não foi às ruas para acompanhar o revezamento. Pelo menos entre os primeiros condutores, a cerimônia correu de forma segura, sem aglomerações e respeitando os protocolos sanitários para evitar a proliferação do coronavírus.

Aliás, este é o evento que os organizadores e o Comitê Olímpico Internacional esperam que ajude a transformar a opinião pública no Japão a favor das Olimpíadas. O slogan do revezamento é “esperança ilumina nosso caminho”. A ideia é que as Olimpíadas sejam grandiosas e uma luz no fim do túnel neste momento tão turbulento e instável no mundo todo em decorrência da pandemia.

É verdade também que muitos japoneses temem que o revezamento e as Olimpíadas prejudiquem a pandemia com o aumento do contágio, já que o “mundo todo” estará reunido no Japão. Também há oposição ao custo crescente da realização das Olimpíadas, agora oficialmente estimado em 15,4 bilhões de dólares. Inclusive, várias auditorias sugerem que é o dobro disso, enquanto um estudo da Universidade de Oxford diz que essas são as Olimpíadas mais caras já registradas.