Demanda por cilindros de oxigênio aumentou 87,5% durante a pandemia, relata empresário

A crise dos cilindros de oxigênio de janeiro em Manaus (AM) acendeu um alerta em todo o país sobre o que poderia acontecer caso a pandemia da Covid-19 se agravasse ainda mais no Brasil. O problema não se repetiu no Paraná mesmo com a alta de casos diariamente e os hospitais lotados de pacientes as distribuidoras e revendedoras deram conta de suprir as necessidades de todos.

O mandaguariense Jorge Sossai, dono da empresa Madox Oxigênio, conta que é um desafio atender as necessidades da região com cilindros de oxigênio durante a pandemia. A empresa atua como fornecedora não só para Mandaguari, mas também cidades da região como Maringá, Jandaia do Sul, e até Umuarama, Munhoz de Melo, Doutor Camargo, bem como a região Vale do Ivaí.

“Com a chegada da pandemia da Covid-19 a produção aumentou muito, a questão da logística teve que mudar, não aqui, mas também em nível nacional. Foi difícil suprir as necessidades dos hospitais da região porque a produção aumentou muito. Por exemplo, você tem um quilo de feijão para o mês inteiro, é uma cota. Se na outra semana chega mais cinco pessoas para passar férias em sua casa, você não vai ter feijão para todo mundo. É a mesma coisa com os cilindros de oxigênio”, explica Sossai.

Ele relata ainda que fornecia aproximadamente 800 cilindros de oxigênio por mês antes da pandemia, e agora a média está em 1.500 cilindros por mês, ou seja, um aumento de 87,5% na demanda. Outro problema no inicio era a logística de cascos, material do cilindro, que é de suma importância para a produção do produto.

A empresa conseguiu se manter e dar conta de atender a demanda, apesar da piora na pandemia em 2021. “Foi mais difícil por conta da segunda onda. Chegava momentos em que olhava para o estoque e achava que não daria conta de atender a todos, principalmente dos grandes hospitais, mas graças a nossa equipe e a estrutura conseguimos atender a todos”.

Com a segunda onda da pandemia, relata o empresário, os hospitais da região temiam que faltassem os cilindros de oxigênio para atender os pacientes com Covid-19. “Teve casos de hospitais que queriam fazer estoque para que não faltasse. Houve um medo muito grande em relação a isso”, detalha.

Perguntado sobre a possibilidade de haver um colapso de oxigênio no Paraná Jorge nega. “Creio que não. As empresas já estão mais estruturadas atualmente, e em abril teve uma queda acentuada no número de casos. Agora as coisas irão se estabilizar, por isso é importante que as pessoas tomem o devido cuidado com a higiene, máscaras, álcool em gel e distanciamento e a população cumprindo isso a tendência é só diminuir”.

“Queria dizer para o pessoal que não é porque agora que chegou a vacina e que a situação melhorou que devem abrir a guarda com todas as medidas de saúde para evitar a proliferação do vírus. Cada um precisa fazer sua parte pra que todos possam ser atendidos”, conclui o empresário.

*Reportagem publicada na 364ª edição do Jornal Agora