“Coroinha”

Durante almoço em família essa semana, lembramos saudosamente do padre Antônio Natalino Braga. Por sinal, almoço em família já é algo para se lembrar com saudosismo, e poder fazer uma refeição com pais e avós reunidos na mesma mesa, torna-se um privilégio.
Nos lembramos da rotina desse “personagem” histórico de Mandaguari, morto a poucos anos. Afeito a hábitos, ele tinha um cronograma de locais onde fazia suas refeições. Por sinal, uma de suas paixões era a culinária.

Uma das melhores recordações que carrego, eram as missas na capela do Cemitério Municipal, em uma segunda-feira de cada mês, se não me engano, a primeira, sempre às 16h30.
Pré-adolescente, com uns 11 ou 12 anos, eu tinha a oportunidade de acompanha-lo na condição de “coroinha”, que são aquelas crianças que ajudam o padre nas celebrações.

O mais legal dessas missas era o passeio posterior à celebração. Íamos todos os meses, religiosamente, na padaria da dona Estelita (in memorian), hoje Padaria Real, onde um verdadeiro “banquete” da tarde nos esperava. Aliás, esperava o padre Antônio, mas que me levava junto.
Tinha de tudo: pães, doces, tortas, café, leite, achocolatado, enfim, os mais variados preparados que ela e suas filhas faziam. Mal eu podia esperar todos os meses a “missa do cemitério” para tomar café da tarde na dona Estelita.

O padre Antônio e ela já nos deixaram e hoje devem “tocar café” em um lugar bem melhor, sem a vida atribulada que enfrentamos por essas “bandas”, mas as memórias de tardes deliciosas continuam presentes em minha memória, tardes com uma única e exclusiva preocupação: saber que pão diferente dona Estelita tinha nos preparado. Saudosos e saborosos tempos.