“Brasil na UTI”

“Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede um pouco mais de alma
A vida não para”

A letra de música de Lenine ecoa e reflete sobre quão insensato está o mundo que não para nem mesmo para chorar seus dramas e mortos.
O país fica viúvo e órfão todos os dias, mas não vive seu luto! A permissividade diante das tragédias e mortes intermitentes que vislumbramos chega a ser patética!  Alguns olhos até marejam e bocas murmuram expressões de condolências pelos que se veem sem teto, sem saúde, sem vida… Mas… “a vida não para”

“Enquanto o
tempo acelera
e pede pressa
Eu me recuso, faço hora, vou na valsa
A vida é tão rara”

Sim!!! “A vida é tão rara”, mas não anda valendo mais do que um smartphone ou uma gota de tolerância!  Armas e o “poder de matar” estão virando fetiche e, daqui a pouco, muito pouco, estarão a um fio tênue da normalidade.
Não dá para compreender como o próprio homem constrói e permite coisas e atos tão maléficos para o seu próximo… Além dos jogos liberados e violentos já conhecidos e inspiradores à violência, um novo brinquedinho chamado Rape Day, criado para psicopatas e que promove o estupro (Oi?!), foi lançado na maior plataforma de games do mundo! Porém, dessa vez, a sanidade falou mais alto e foi retirado devido à declarada periculosidade. Ufa!
Não tem como negar que estamos inseridos numa sociedade letalmente combalida, resultado de vidas cujo limite é “não ter limites” e tudo “traumatiza”! Não se pode exigir eficiência porque gera ansiedade; não se pode falar em precisão porque “ninguém é perfeito”; não se pode pedir dedicação porque há coisas muito mais interessantes nas telinhas dos computadores do que salvar vidas, servir ao próximo ou evitar que barreiras, pontes e  edifícios mal calculados caiam sobre nossas cabeças.
Nossos adolescentes estão doentes porque alguns adultos, antes, adotaram a mesma performance, restringindo obrigações parentais ao mínimo que garanta a sobrevivência desses meninos e meninas que se veem perdidos e fragilmente mergulhados em dias cinzentos e mórbidos. E as decisões, tomadas com o intuito de acabar com a própria dor, geralmente afetam mais vidas e mais famílias, garantindo mais corações despedaçados!
Mas não apenas os adolescentes matam! Policiais matam! Maridos matam! Acidentes aéreos e automobilísticos matam! (Leia-se o homem que administra e constrói a máquina). A natureza mata! Ops, a natureza não mata, ela apenas se defende, após anos e anos de danos e escalpelamento tortuoso pelo homem que, egocêntrico, não pensa nos gigantescos ataques dela, em legítima defesa.
E aí, somando-se a tudo isso, temos nossos governantes que andam mais preocupados com seus bônus e, perdidos numa guerra de vaidades, perderam o leme, deixando-nos à deriva!

“Enquanto todo
mundo espera a cura do mal
E a loucura finge
que isso tudo
é normal
Eu finjo
ter paciência”

Esperar, esperar pacientemente, que tudo passe, que a natureza se encarregue de educar os homens sobre como tratá-la e explorá-la.
Que as pessoas, milagrosamente, caiam em si e se respeitem, e se amem e se cuidem!

“Que nenhuma família termine por falta de amor!”

Que todos se unam e reúnam e cantem a paz! E saiamos desse “estágio terminal”!

 “A vida é tão rara!”