“Tomato Alternative” conquista adeptos na região

Dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) apontam que, desde 2008, o Brasil está em primeiro lugar no ranking mundial de consumo de agrotóxicos, movimentando 19% do mercado. Para mudar isso, há uma série de iniciativas em andamento no país com o objetivo de reduzir o uso de agrotóxicos na produção rural.

Uma dessas iniciativas surgiu na Empresa Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) em Jandaia do Sul. Trata-se do “Tomato Alternative”, um método de cultivar tomate que reduz, inicialmente, em 60% o uso de pesticidas na produção, e que vem conquistando cada vez mais adeptos na região.

“Comecei esse projeto há três anos, desde que fui transferido para o escritório de Jandaia”, conta Mauro Rodrigues, articulador regional de olericultura. “A primeira fase foi uma pesquisa extensa, que teve início com o cultivo de 100 plantas usando o método. Fiz todo o cultivo nas dependências da própria Emater”.
Atualmente há uma produção modelo em Jandaia com mil plantas de tomate cultivadas com o método “alternative”. Além do município, o projeto alcançou produtores de Cambira e Sabáudia, que relatam ter saldo positivo desde que adotaram o método. “O produtor reduz muito os custos e consegue vender o tomate por R$ 6 o quilo, ou seja, tem um preço final muito competitivo”, destaca o articulador da Emater.

 

Produção orgânica

O método “alternative” consiste em alguns passos essenciais, conta Mauro. “A escolha do tipo de fruta, que nesse caso é o tomate saladete, preparo do solo e manejo”, destaca, enfatizando que o preparo adequado do solo é o essencial. 

Rodrigues acredita que o método se aproxima muito da produção orgânica, livre de agrotóxicos. “É um passo em direção a ela. Há uma crença de que produção totalmente orgânica no Brasil é cara, quando na realidade é mais barata que a convencional”, complementa.

 

Marinho Garcia

Um dos adeptos do “Tomato Alternative” é Marinho Garcia, produtor rural há 60 anos. À reportagem, ele contou que o método apresentado pela Emater salvou sua produção.

“Eu usava dez tipos de agrotóxicos e jogava fora metade da minha produção ainda. Conheci esse projeto da Emater em 2018, através de outro produtor que havia aderido. Ele usava bem menos produtos que eu e o tomate tinha gosto muito melhor”, relata Garcia. “Eu e minhas filhas, que trabalham comigo aqui, estávamos tomando prejuízo e gastando cada vez mais com insumos. Hoje a situação é outra”.

Garcia se empenhou tanto em reduzir o uso de insumos que conseguiu o selo orgânico, certificação atestando que sua produção é livre de agrotóxicos. 

 

Como saber mais

A Emater já realizou dois dias de campo para apresentar o método de cultivo do tomate. O escritório jandaiense, em parceria com outras regionais, deve promover mais dias de campo em breve, para “espalhar a palavra” e mostrar os resultados do método.
Produtores interessados em saber mais sobre o “Tomato Alternative” podem entrar em contato com a Emater de Jandaia do Sul, que fica no prolongamento da Rua Dom Fernando Taddey, S/N, Horto Municipal. O telefone para contato é (43) 3432-1818.
 

* Matéria publicada na 293ª edição do Jornal Agora