“Doença”

Definitivamente, nossa sociedade está doente e, me parece, de forma irreversível. As pessoas não estão sabendo lidar com as tecnologias, com a modernidade e com aquilo que elas poderiam nos proporcionar.

A tragédia em um colégio na cidade de Suzano, interior de São Paulo, esta semana, traz ingredientes que vão de encontro a isso, passando pela frustração de jovens vítimas de bullying, aliada a jogos de computador que incitam à violência e ao suicídio.

A sociedade da aparência, da felicidade total em 100% do tempo, não ensina que a vida é feita de tombos, de frustrações, de sonhos interrompidos, de perdas e derrotas.

Quem abre Facebook, Instagram, WhatsApp, e qualquer outro tipo de rede, encontra alegria, diversão, festa, o que é uma mentira descabida. Quando muito, frases de autoajuda, cujo teor, nem seus “postadores” levam a sério e seguem. É um mundo de “faz de conta”.

Os jovens de hoje em dia preferem fazer sexo através de “nudes” e teclando, que pessoalmente. Deve dar menos trabalho que essas idiotices de ficar relando, abraçando, beijando, se despindo. Pra que tudo isso se pelo celular é tudo tão mais fácil e prático?

Não faço ideia de onde isso tudo vai parar, mas honestamente, não acho que vá nos levar a um bom lugar. Por sinal, não sei sequer se nos levará a algum lugar. O que chegou para facilitar a vida de todos, a tecnologia, se tornou uma grande armadilha.

Em um dia desta mesma semana, percebi o desespero de muitas pessoas quando as redes sociais ligadas ao Facebook enfrentaram uma instabilidade mundial. Não se conseguia postar, enviar áudios, mandar fotos, foi um pânico generalizado.

Feliz é meu avô, seu Luiz Lazarin, Sóbrio, saudável, prestes a completar 85 anos, e em boas condições físicas e financeiras, se deu ao luxo de se manter sem telefone celular. Mantém apenas um telefone fixo para atender seus clientes. Questionado do motivo, é categórico: “prefiro continuar falando com as pessoas olhando no olho”. Em poucos anos, as novas gerações, com cada um confortável em sua própria “bolha”, vão pesquisar o que é essa “maluquice” de olhar no olho.