“Vida”

Toda vez que morre alguém da nossa faixa etária, alguém com quem convivemos, ou um amigo, é natural uma reflexão sobre tudo que ocorreu e sobre a finitude da nossa existência.

Morreu essa semana em Curitiba o amigo Christer Dias, aos 43 anos. Não éramos os melhores amigos, mas convivíamos juntos no colégio, em sala de aula, e a relação sempre foi muito amistosa e respeitosa.

O ocorrido permite refletir sobre momentos maravilhosos vividos na adolescência. As brincadeiras na escola, as inesquecíveis aulas de educação física, o bloco de carnaval, as festinhas americanas.

Hoje as brincadeiras são outras, os prazeres são outros, e as responsabilidades são infinitamente maiores. Talvez a adolescência produza as memórias mais saborosas que possamos carregar.

Apesar de ser um período de certo sofrimento, pela transição a que somos submetidos, trata-se também de uma época de descobertas, de aventuras e de muita, muita risada.

Cada um em seu tempo, natural que cada um propague que “a sua época” foi a melhor, a mais divertida, mais saudável, mais feliz. Não é bem assim, mas não dá para esconder que vai se perdendo a inocência cada dia mais cedo. Basta enxergar o acesso às drogas e a exposição à violência nos dias atuais.

Curioso que não lembramos nos dias atuais de nada que compramos, e pouco daquilo que comemos. As lembranças são de momentos vividos, de passagens marcantes, e de pessoas especiais. É isso que trazemos da adolescência, é isso que levamos da vida.