Sala de altas habilidades do Cevec vem colhendo frutos

Em funcionamento desde de maio, a sala vem se destacando em projetos

No Paraná, segundo os números oficiais divulgados pelo governo de estado, no ano de 2019 tínhamos cerca de 1.440 alunos identificados com altas habilidades em diferentes áreas. Hoje são cerca de 6.500 alunos, sendo que mais de 4 mil participam de programas específicos, como as salas de recursos para altas habilidades e escolas de referência para superdotação.

Ainda segundo o governo estadual, a mudança nesse panorama não se restringe apenas à quantidade, mas abrange também uma reconfiguração nos métodos de identificação e no atendimento especializado. Em 2022, o processo de identificação dos estudantes superdotados passou por uma revisão, envolvendo cursos intensivos de formação destinados aos professores de toda a rede. Essa iniciativa visa focar na atuação desses profissionais nas escolas.

É relevante destacar as áreas nas quais esses alunos de altas habilidades podem se destacar. Muitos demonstram habilidades avançadas em matemática e ciências, evidenciando raciocínio lógico e habilidades analíticas. Há também aqueles que se destacam em habilidades linguísticas, apresentando domínio precoce da linguagem, leitura avançada e habilidades excepcionais de escrita. As aptidões artísticas e criativas encontram expressão em áreas como música, artes visuais, teatro e escrita criativa. Além disso, alguns alunos superdotados sobressaem-se em programação e tecnologia, aplicando suas habilidades analíticas. Além das habilidades acadêmicas, alguns também apresentam maturidade social e emocional avançada, destacando-se em empatia, liderança e trabalho em equipe.

Em Mandaguari atualmente existem três Salas de Recursos Especiais, Altas Habilidade e Superdotação, em três colégios estaduais, José Luiz Gori, São Vicente Pallotti e desde maio desse o Vera Cruz (Cevec), também tem uma.

No Cevec a sala tem como responsável a professora Mari Emília Cassoli, ela conta que o projeto da sala foi feito por outra professora, que também fez a avaliação dos doze alunos que estão frequentando a sala, que estão divididos em quatro turmas, e que são compostas por alunos que são desde o 6º ano do fundamental até o 2º ano do ensino médio.

Conforme contado pela a educadora, todos os frequentadores foram identificados dentro da sala de aula por professores, depois disso eles passaram por um protocolo, que consiste em responder perguntas especificas, o mesmo acontece com os responsáveis pelos alunos, que respondem um questionário sobre a criança/adolescente, como é o seu comportamento em casa, o que gosta de fazer entre outras questões. Ainda segundo, Mari Emília as duas avaliações são juntas e é chegado em um denominador, que indica se o aluno é apto a frequentar a sala.

Com uma tendencia mais para artes, no local os alunos desenvolvem trabalhos com ilustrações e pinturas. “São desenhos livres, ou direcionados, em que eu dou o tema. Eles fizeram releituras das pinturas da Tarsila do Amaral e das lendas do folclore brasileiro”, conta a professora.

Os gêmeos Mariana Alvares Lopes e Samuel Alvares Lopes de 13 anos, ambos com habilidades para o desenho e a pintura, os irmãos também desenvolvem um trabalho juntos nas confecções de bonecas de pano. Tímidos, os gêmeos relatam a importância da sala para o desenvolvimento e ambos e dos demais alunos.

Apesar de pouco tempo em atividade, a sala já vem dando bons resultados, como a montagem de uma maquete, para um projeto em parceria entre a sala de altas habilidades e a sala de robótica, que em conjunto desenvolveram um trabalho de funcionamento de semáforos, que foi exposto durante a Mostra de Cultural e Cientifica que aconteceu no dia 14 de novembro.