História

Jornalista nada mais é que um historiador do cotidiano, ou seja, aquele que conta a história no dia a dia. Seus fragmentos vão se juntando e temos aí o resultado de anos e até gerações.
Não é todas as vezes que conseguimos ter a precisão sobre quando a história está verdadeiramente sendo escrita. Em política, por exemplo, há momentos marcantes e que entram para a eternidade.
Na República, a morte de Getúlio Vargas é uma destas ocasiões. “Saio da vida para entrar para a história”, escreveu em seu bilhete de despedida, antes do suicídio no Palácio do Catete.
É possível elencar inúmeros acontecimentos das últimas décadas que serão lembrados eternamente. O Golpe de 64, o AI5 em 68, a volta de um presidente civil ao Planalto, o retorno das eleições diretas, e assim vai.
Collor teve seu mandato abreviado em muito por uma entrevista bombástica de seu irmão Pedro Collor à revista Veja. Roberto Jeferson quase implodiu o Governo Lula ao denunciar o Mensalão ao jornal Folha de São Paulo. Foram momentos históricos.
Talvez sobre alguns desses acontecimentos só tenhamos o olhar histórico algum tempo depois. Diferente sobre a saída de Sérgio Moro do Governo Bolsonaro. Seu pronunciamento bombástico deixou claro que aquele instante se tornou o “início do fim”.
Moro sai e leva junto o eleitor “lavajatista”, que sonhou com moralidade, com transparência e com ética no trato da coisa pública. Jair Bolsonaro foi ferido de morte e sua permanência na presidência é questão de meses, e olhe lá. Sérgio Moro rompeu com a história. O ex-juiz maringaense decretou o fim do bolsonarismo.