Compostagem: uma opção ecologicamente correta para destinação de resíduos orgânicos

Entenda mais sobre uma modalidade de tratamento de resíduos que transforma o lixo em recurso que pode ser utilizado de diferentes maneiras

Texto: Roberto Junior, da Redação do Jornal Agora

Cada brasileiro gera, em média, aproximadamente um quilo de lixo por dia. Em um ano, são 343 quilos e, juntando o país todo, são 80 milhões de toneladas de resíduos anuais. A maior parte desse lixo poderia ser reciclada para receber uma nova destinação, sem agredir o meio-ambiente. Para resíduos como papelão e latas de alumínio, por exemplo, estamos acostumados a fazer a separação para reciclagem. Mas e o lixo orgânico? Há possibilidade de reaproveitamento? Segundo o agrônomo Vinícius Carrasco Gomes, sim.

Nesta semana, Gomes conversou com a reportagem do Jornal Agora sobre como funciona o processo de compostagem, que é transformar o resíduo orgânico em recurso. “Em fertilizante natural para adubação das nossas plantas. É uma forma de reciclar que podemos fazer em casa”, explica.

 

Segundo Vinícius, no Brasil, cerca de 1% a 2% de todo o lixo orgânico produzido passa pelo processo de compostagem. É pouco, mas a tendência é de que esse percentual aumente. “Rússia e Ucrânia são grandes exportadores mundiais de fertilizantes, e a guerra entre os dois países causou uma crise nesse sentido. Aí entra a compostagem como forma ecológica de produção de fertilizantes”, aponta o agrônomo.

Proprietário da Eco-Lógica, empresa especializada em compostagem, Gomes conta que tem atendido principalmente hotéis, resorts e universidades, entre grandes empresas que geram muito resíduo orgânico, e há espaço para implantar o sistema de compostagem completo. Ao invés de coletar e levar para algum local, o próprio estabelecimento consegue fazer esse tratamento.

Entre os projetos recentes desenvolvidos pelo agrônomo está uma leira de compostagem, com finalidade exclusiva de produção de composto orgânico estabilizado e enriquecido, para nutrir plantas especiais. “A ideia é utilizar ao máximo os recursos disponíveis localmente, como o resíduo das roçadas, bananeiras, carambola e limão rosa, e demais flores e plantas nativas. Assim, além de diversificar o produto final, ainda inoculamos microrganismos nativos dentro da leira, o que otimiza o processo”, relata Vinícius.

A leira foi montada sobre uma estrutura feira com folhas de coqueiro, de modo a elevar a massa de resíduos do chão e permitir livre fluxo de oxigênio.

Serviço – Eco-Lógica, gestão otimizada de resíduos orgânicos

Mais informações sobre o trabalho desenvolvido por Vinícius Gomes e sua empresa podem ser obtidos através do telefone (44) 9 9921-9673.

(Matéria publicada na edição 383 do Jornal Agora)