Comissão Especial da Saúde averigua condições da Atenção Básica

Resultado da cobrança dos mandaguarienses, a Comissão Especial de Estudos (CEE) da Saúde continua realizando visitas fiscalizatórias e reunindo informações sobre os serviços prestados pelo município. Desta vez, os membros do grupo estiveram novamente na sede da Secretaria de Saúde de Mandaguari, onde conversaram com a coordenadora da Atenção Básica, Aline da Silva Maragno. Os vereadores constataram que Mandaguari possui déficit no número de médicos, técnicos de enfermagem, agentes comunitários e recepcionistas, o que sobrecarrega as equipes e compromete o atendimento à população.

Somente na equipe médica, a defasagem é de cinco profissionais. Para suprir essa carência, a administração tem adotado o regime de revezamento a fim de que sete médicos cumpram expediente em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBSs). “A gestão tentou contratar por duas vezes pelo PSS [Processo Simplificado de Seleção], mas não deu certo. No primeiro, nenhum dos inscritos compareceu para finalizar a contratação. E, no segundo, que teve 14 aprovados, apenas um aceitou”, explicou a coordenadora. “Somado a isso, ainda perdemos os profissionais cubanos com o fim do programa Mais Médicos e, infelizmente, outros foram para a residência em hospitais e não continuaram atendendo pelo município.”

Ainda segundo Maragno, para dar conta da atual demanda, o município precisa ter um quadro funcional composto por, pelo menos, 12 médicos.

Os parlamentares também identificaram que a Atenção Básica tem, hoje, déficit de oito técnicos e auxiliares de enfermagem, cinco agentes comunitários e cinco recepcionistas. Do quadro de agentes, seis estariam em desvio de função e outros dois cumprindo atividades administrativas por recomendação médica. Com isso, de acordo com informações repassadas aos vereadores, é necessário que a estratégia de atendimento seja constantemente revista a fim de que as visitas às residências não fiquem desassistidas.

A expectativa da coordenadora é de que, com a finalização do concurso público realizado pela prefeitura, as equipes voltem a ficar completas. “Nós sabemos das dificuldades e temos feito o possível para que não prejudiquem a população. Contratando profissionais para essas funções, o atendimento terá uma melhora significativa”, ressaltou Maragno.

Das profissões de saúde que apresentam defasagem, após o término do certame devem ser contratados: 16 médicos (um cardiologista, quatro clínicos gerais, um plantonista, um dermatologista, um ginecologista, um neurologista, um oftalmologista, um ortopedista, um otorrinolaringologista, um pediatra, um psiquiatra, um radiologista, e um urologista); quatro técnicos de enfermagem; um agente comunitário; e dois recepcionistas.

O presidente da Comissão Especial, vereador Eron Barbiero, considerou a situação ruim. “É lamentável que a prefeitura tenha demorado para agir de maneira mais efetiva em relação a essa defasagem. Enquanto isso, como sabemos, é a população quem sofre com a falta de equipes”, enfatizou. “Um dos objetivos dessa Comissão é justamente propor mais agilidade na reposição dos servidores para que os mandaguarienses tenham sempre um atendimento humanizado, sem enfrentar longas filas de espera ou episódios vexatórios.”

Na visita à secretaria, Barbiero esteve acompanhado do relator da CEE e presidente do Legislativo, Hudson Guimarães, dos membros Marcia Serafini e Sebastião Alexandra da Silva, e do vereador Luiz Carlos Garcia.

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Instaurada no mês de maio, a partir de sugestão do Ministério Público, a CEE da Saúde tem até o mês de setembro para concluir o trabalho de acompanhamento do serviço municipal e apresentar relatórios. Além da identificação de fragilidades, o grupo também está focado na redução das filas de atendimento de especialidades e na fiscalização da aplicação do orçamento. A contratualização de prestação de serviços com o Hospital Cristo Rei é, ainda, outro processo observado pelos vereadores.