Comércio de Mandaguari se prepara para Dia das Mães “diferente”

Tradicionalmente, o Dia das Mães, celebrado neste domingo (10), é uma das principais datas do ano para o comércio, ficando atrás apenas do Natal. No entanto, com a pandemia do novo coronavírus, os empresários estão tentando se reinventar para atrair a clientela.

A alternativa mais adotada desde o início da quarentena foi o delivery, que ganhou espaço até na venda de eletrônicos e setores como assistência técnica, por exemplo. Para o presidente da Associação Comercial e Empresarial de Mandaguari (Aceman), Aguinaldo Campigotto, atualmente o lojista não tem muita escolha além de se reinventar.

“O comércio tem que se adaptar e continuar trabalhando para encontrar a solução. O clima é de muita apreensão, porque no começo de 2020 estávamos saindo de uma crise que durou anos, estávamos todos com esperança, e agora essa crise ninguém sabe como vai terminar”, afirma o presidente.

Em 2020, por conta da sensação de incerteza que domina a economia, a Aceman não promoveu campanha de Dia das Mães, como faz tradicionalmente. “Mas trabalhamos em outras frentes, principalmente dialogando com o município para a retomada do comércio. Conseguimos reabrir depois de 15 dias fechados, expandir o horário depois de um tempo abrindo em meio período, e hoje podemos funcionar das 9h às 17h”, destaca Campigotto.

Aguinaldo ressalta ainda o papel da Aceman na negociação para que os lojistas pudessem abrir as portas também neste final de semana de Dia das Mães. “Tudo seguindo as recomendações das autoridades de saúde”, conclui.

“As vendas caíram mais de 70%”

Na área de serviços, alimentação foi um dos setores mais afetados. Restaurantes, bares e lanchonetes estão fechados há quase 50 dias em Mandaguari, e sem perspectiva de reabertura.

“As vendas caíram mais de 70% desde o início da quarentena, sem poder abrir o salão. Tivemos uma perda forte na Páscoa, que é uma data em que geralmente as pessoas saem bastante para comer fora”, conta GreiciKelli Casarin, representante do Vinny’s Restaurante.

GreiciKelli relata que os restaurantes tendem a ter bastante movimento principalmente em finais de semana nos quais o comércio funciona até às 17h. “Um sábado com comércio aberto até mais tarde tinha o dobro de movimento de um sábado comum, com o consumo das pessoas vindo aqui”, acrescenta.

Ela afirma ainda que o setor espera ansiosamente um decreto permitindo a reabertura. “Estamos vendo na região cidades com restaurantes e lanchonetes abertos, seguindo medida de distanciamento social, e não entendemos porque Mandaguari não pode fazer o mesmo”, comenta.

João Paulo Rocco, sócio do restaurante Limão Rosa, estabelecimento que tradicionalmente atende também aos domingos, diz que conseguiu reduzir o prejuízo com a venda de marmitas e o drive-thru – modalidade em que o cliente busca a encomenda em frente ao estabelecimento –, mas que mesmo assim precisou reduzir a equipe.

“Alguns funcionários estão com contrato de trabalho suspenso, naquela Medida Provisória anunciada pelo Governo Federal, tenho uma funcionária grávida afastada por 90 dias, e as freelancers, que trabalham por dia, têm revezado o expediente”, ressalta Rocco.

“Nós vamos atender no domingo porque tem empresas e o comércio aberto que pede marmitas, mas não é a mesma coisa do movimento com o salão funcionando, pois geralmente o cliente que vem aqui acaba gastando um pouco mais comprando um refrigerante, um doce”, conclui.

Cosméticos, perfumaria e salões apostam em promoções e redes sociais

Os setores de cosméticos, perfumaria e salões de beleza também costumam ter muito movimento em datas comemorativas como o Dia das Mães, e estão apostando em promoções e divulgações em redes sociais para estimular o consumo.

Um exemplo é a maquiadora Amanda Moura, que investiu na criação de um site para a loja MabôBeautyStore para minimizar as perdas. “A primeira medida de distanciamento social, que foi o decreto do fechamento do comércio por 15 dias, afetou em até 40% os negócios sendo eles a loja e o salão. Demos mais atenção ao serviço de delivery e investimos no atendimento on-line com a criação do site, mas de qualquer maneira o faturamento não é o mesmo principalmente nessa época de dia das mães que normalmente é uma das épocas que mais vendemos”, detalha.

“Apostamos em promoções e divulgações para que as coisas deem um seguimento bom. Apesar disso, o resultado não tem sido o esperado. A expectativa é que essa pandemia passe logo para que tudo volte ao normal”, acrescenta.

“Vendi mais na Páscoa do que no Natal”

Mercearias, mercados e supermercados tem conseguido se reinventar para manter as vendas e apostam em alta para o Dia das Mães. Para Luciano Franco, proprietário do Mercado Compre Bem, a data é acompanhada de otimismo para o setor.

“Até porque tem o quinto dia útil do mês a favor desse Dia das Mães. Com os restaurantes fechados, muita gente vai confraternizar em casa, e recorre ao mercado para fazer as compras”, afirma. “Se essa data for como a Páscoa, será muito bom pra nós. Vendi mais na Páscoa do que no Natal”.

Nos dias comuns, Franco tem usado de promoções para segurar a clientela. “É o que temos feito para manter fluxo de venda. Você não pode evitar que a crise bata na porta, mas não há necessidade de oferecer uma cadeira para os problemas sentarem. Tem que sempre se reinventar”, conclui.

Foto 1 – Restaurantes e lanchonetes tem apostado nas entregas para sobreviver. Delivery também é visto como saída para outros segmentos.

Foto 2 – Lojistas que podem abrir as portas tiveram que se adaptar, colocando avisos pedindo para que os clientes usem máscaras