“A Tecnologia na infância – Qual o limite?”

O uso das novas tecnologias torna-se cada dia mais essencial em nossa sociedade e cresce em uma grande velocidade. Está na base das relações sociais, de aprendizagem e profissionais. Todos os dias surgem novos aparelhos, softwares, mídias e soluções digitais que facilitam muito nossa rotina e diante tudo isso é natural que as crianças e adolescentes apresentem um grande interesse e curiosidade em ser inserido nesse contexto, mas é preciso ficar atento e tomar alguns cuidados para a correta utilização. 
Os “nativos digitais”, ou seja, as crianças que já nasceram com as tecnologias digitais em suas vidas, tem uma facilidade muito grande em manusear todos esses recursos e conforme o uso vai aumentando, crescem também as dificuldades para os pais em controlarem a exposição e aí, começam as preocupações. A correta utilização dos recursos tecnológicos pode trazer vários benefícios para o desenvolvimento das crianças e adolescentes, mas, para que isso aconteça é importante que os pais e responsáveis monitorem o conteúdo que as crianças estão sendo expostas e limitem a utilização.
Um estudo recente apontou que as crianças do Brasil passam 50% mais tempo na internet do que a média global. A faixa etária pesquisada foi entre 2 e 11 anos de idade e a média brasileira supera a média das crianças americanas e francesas. Outro estudo recente realizado pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia apontou que 20% das crianças em idade escolar, entre 9 e 17 anos de idade, estão com algum problema de visão, destaque para a miopia que é considerada a epidemia do século pela Organização Mundial da Saúde. É notável e importante falarmos também sobre o aumento de crianças e adolescentes nos consultórios psicológicos com comportamentos disfuncionais para suas idades e com dificuldades emocionais e de interação social. Tais dados são preocupantes e refletem certo descuido por parte dos pais e responsáveis em não limitarem a utilização dos recursos digitais. Diante disso devemos nos questionar: Qual o limite e os cuidados que devem ser considerados para que uma criança seja exposta aos meios digitais? 
A resposta é simples! Os pais e responsáveis tem a obrigação de supervisionar o conteúdo que a criança está acessando, a forma que esse conteúdo está sendo apresentado a ela e limitar a utilização. O celular e o tablet, por exemplo, não devem ser utilizados como uma ferramenta de livre acesso. É preciso restringir o uso em alguns momentos, como refeição, hora do banho, nos momentos de lazer e limitar a utilização conforme a idade da criança. A Academia Americana de Pediatria não recomenda a exposição de mídias digitais às crianças com menos de 18 meses de idade. Logo na primeira infância as crianças precisam de interação social com familiares e amigos para desenvolver habilidades cognitivas, motoras, de linguagem e emocionais. Precisam ser inseridas em contextos sociais, em atividades físicas e ao ar livre, por exemplo.  
A exposição excessiva à internet prejudica esse desenvolvimento e pode trazer sérios riscos à saúde do seu filho, sem contar nos perigos que a internet esconde como casos de assédio, cyberbullying, conteúdos inadequados e desafios perigosos que as crianças acabam sendo expostas. Para evitar todos esses perigos é preciso muita atenção e responsabilidade dos pais em supervisionar se o conteúdo está apropriado e limitar a interação com os recursos digitais para que o desenvolvimento das crianças ocorra de forma saudável e sem prejuízos.