Palmeiras deve comemorar a vitória contra o CRB, mas nem tanto a atuação

Existem jogos no futebol que valem muito mais pelo resultado do que pela atuação da equipe. Foi justamente o caso do Palmeiras na vitória por 1 a 0 sobre o CRB, nesta quinta, pela partida de ida da terceira fase da Copa do Brasil.

Olhando para o que placar significa, o time sai de Maceió muito satisfeito. Vantagem importante para jogar com tranquilidade e tentar garantir a classificação para as oitavas de final em casa. Ao Verdão, resta um empate para avançar de fase na próxima quarta-feira, às 19h, no Allianz Parque.

Mas a atuação contra o CRB foi bem abaixo do esperado. Vale a ressalva dos vários desfalques que teve, de pelo menos meio time que pode ser considerado titular. Mas ainda assim dava pra ter feito mais, embora o time paulista tenha jogado melhor do que o adversário.

O Palmeiras teve um início bem confuso. O setor ofensivo muito lento e errando demais, e a defesa desarrumada e desatenta. A equipe correu riscos desnecessários contra um time bem inferior tecnicamente.

Abel Ferreira escalou o Palmeiras com apenas dois zagueiros. Mas foi a mudança para o antigo esquema que melhorou o time ainda na etapa inicial. Felipe Melo foi recuado para atuar entre Luan e Renan.

Dessa maneira, Mayke e Victor Luis tiveram liberdade para avançarem pelos lados, deixando o time mais aberto e com mais opções ofensivas. Foi assim que o Verdão melhorou a produção ofensiva e criou várias chances, até abrir o placar com Willian.

O meio de campo também cresceu com a alteração. O próprio treinador avaliou a melhora da equipe em campo depois dessa mudança.

– Tivemos uma pausa, falei com o Felipe Melo para jogar na linha de três. Treinamos ele na linha de três nesta semana e baixamos o Patrick um pouco para volante, apesar de ser um “box to box”, também faz de volante. Foi uma boa alteração que fizemos, ficamos com linha de passe próxima, mais segura. Conseguimos sair com 1 a 0 e poderia ainda ter feito mais gols – analisou.

No segundo tempo, entretanto, o Palmeiras voltou a ser uma equipe lenta e com baixa produção no ataque. Foi uma etapa final um tanto quanto sonolenta, com muito mais erros do que acertos. Apesar de não ter levado tantos sustos, até a defesa esteve mais exposta do que deveria.

As saídas de Willian e Gustavo Scarpa deixaram o Verdão ainda menos criativo. Aliás, as boas jogadas produzidas pela dupla foram talvez o que de mais positivo se tira dessa partida. Foram pelo menos três boas chances, entre elas o gol da vitória.

O Palmeiras não fez um bom jogo. Embora hoje em dia muitas vezes se valorize muito mais o desempenho do que o resultado, a vitória foi importante. Nem sempre dá pra jogar bem e ganhar ao mesmo tempo.

Por outro lado, também vale o alerta. Contra um adversário com um pouco mais de qualidade técnica, o Verdão poderia ter tido problemas maiores, ainda mais em um torneio de mata-mata.

Parece que o Palmeiras de Abel se consolidou como o famoso time “copeiro”, tanto que conquistou a Copa do Brasil e a Libertadores no ano passado. Jogar mal e ganhar também faz parte desse processo.