Quase 40 famílias não atualizaram seus cadastros no Bolsa Família

Instituído em 2003, o Bolsa Família é um programa de transferência de renda do Governo Federal para pessoas de baixa renda. Entre os objetivos do programa, está o de combater e reduzir a pobreza no país.
Apesar da iniciativa ser nobre, o Bolsa Família segue sendo muito criticado. Isso por que não são raros os casos de pessoas que cometeram fraudes para receber o benefício mesmo sem se enquadrarem nas exigências.

Visando coibir práticas assim, o Governo Federal tem realizado “pente-fino” no programa. Em janeiro deste ano, 381 mil benefícios foram cortados. À época, o Ministério da Cidadania informou que se tratavam de cancelamentos por “inadequações” e desligamentos voluntários.

O Jornal Agora esteve com Rosineia Gomes de Freitas, gestora do programa em Mandaguari. Em entrevista, ela mostrou os números que atestam uma queda de beneficiários neste período em Mandaguari. “Em dezembro do ano passado, tínhamos 651 pessoas recebendo o benefício. Já em janeiro deste ano, o número caiu para 622. Ou seja, 29 pessoas não faziam mais parte. Entretanto, o Bolsa Família tem uma rotatividade constante. Todos os anos entram e saem pessoas, o que nos impossibilita dizer com certeza se houve um corte ou não”, conta.

E realmente os números mostram que a quantidade de beneficiários tem aumentado com o passar dos meses. (Confira mais detalhes nos gráficos ao final desta reportagem).

Ainda durante entrevista, a gestora falou sobre a revisão cadastral que periodicamente é realizada e busca garantir que todos os beneficiários tenham seus cadastros atualizados. “São chamadas para esse procedimento as famílias cujos cadastros estão há mais de dois anos sem atualização. Desde janeiro estamos tentando contato com essas pessoas. Onze famílias vieram atualizar e uma excluiu voluntariamente o cadastro. Ou seja, ainda temos 39 beneficiários com cadastros desatualizados”, conta.
Em casos como estes, Rosineia afirma que algumas medidas são tomadas tentando entrar em contato com as famílias, para que elas façam a atualização e não percam o benefício. “Nós tentamos contato por telefone e visita domiciliar. Se não conseguimos, procuramos a escola onde a criança está matriculada, pois um dos requisitos para que família com filhos receba o Bolsa Família é a frequência das crianças na escola. Se ainda assim não conseguimos contato, o benefício é cortado”, afirma.

Quando questionada sobre as fraudes, Rosineia conta que o problema existe, mas que a população auxilia com denúncias, que são verificadas pela equipe do Centro de Referência de Assistência Social (Cras). “Existem limites nos valores pagos, que variam conforme o modelo familiar e o número de filhos. Em uma casa pode-se ter um máximo de cinco beneficiários, e o valor pago para cada um é inferior a R$ 50. A média de benefício dos mandaguarienses é de R$ 143 reais. Sobre as fraudes, reconhecemos ser um problema, mas não podemos deixar de reconhecer que o programa é um auxílio para as famílias necessitadas. Além do dinheiro, tem a obrigatoriedade de as crianças irem à escola, o que precisamos admitir que é muito bom”, finaliza.

 

* Matéria publicada na 299ª edição do Jornal Agora