“As pessoas não empreendem por medo de inovar e criar”

Retomando série iniciada há algumas edições, o Jornal Agora volta a entrevistar jovens empreendedores. O personagem da semana trata-se de Gamalier Ferreira Rosa Júnior, 25 anos, dono da barbearia Dom Bigode.

Experiências

Natural de Mandaguari, Gamalier conta que empreende desde seus 20 anos. “Com a barbearia estou há pouco mais de seis meses. Mas tenho cinco anos empreendendo e atuando até mesmo como autônomo. Houve algumas experiências que não deram certo, mas tudo serviu de base para o meu momento atual”, comenta.

Quando perguntado sobre o que levou-o a empreender, Júnior disse que é algo que está “no sangue”. “Desde pequeno sempre gostei de mudar as coisas, criar, procurar coisas novas, saídas diferentes. O que me levou a empreender também é a facilidade que se tem no trabalho. Você é patrão, não tem que ficar dando satisfação pra ninguém. O crescimento depende simplesmente de você”, detalha.

E em quais áreas o nosso entrevistado atuou antes de abrir a barbearia em Mandaguari? “Fiquei dois anos e meio no ramo de compra e venda de peças de relógios. Abri uma linha no Paraná, e quando optei por mudar de área uma empresa de Londrina comprou essa linha. A princípio não parece, mas dá muito retorno, pois quase não tem ninguém nesse ramo”, afirma.

Após deixar os relógios de lado, Gamalier migrou para venda de veículos. “Foi uma experiência muito boa, e sinto saudades ainda. Viajava bastante mexendo com os automóveis, mas abri mão para ter comodidade e ficar perto da família. Hoje eu fico o dia todo no trabalho, mas estou perto de casa e vejo minha esposa, meu filho e a família toda”, aponta.

Negatividade e medo

Durante a entrevista, Gamalier foi perguntado sobre o motivo de raramente vermos pessoas começando a empreender desde cedo. Ele elencou alguns pontos que influenciam para isso, como a educação, mas apontou principalmente para negatividade e medo.

“Empreender, abrir um negócio, criar um produto, sempre tem um risco. As pessoas não empreendem por medo de inovar e criar, esse é o principal fator, acompanhado da negatividade. Quando se fala de tocar o próprio negócio sempre aparece alguém falando que não vai dar certo”, dispara.

Perguntamos se ele também sentiu essa negatividade quando começou, e de onde ela veio. “Sim, e vem de várias partes. Externo não muito, pois a gente não tem esse tipo de contato antes de começar, mas vem principalmente de amigos e familiares. Foi aí que eu aprendi a falar menos e fazer mais. Às vezes as pessoas são negativas por não terem coragem de empreender, mas se você tem o dom pra isso e corre atrás, vai achar um diferencial e se manter no mercado”.

Recado

Gamalier concluiu a entrevista com uma dica àqueles que querem se aventurar no mercado. “Hoje, antes de qualquer coisa, é necessário sentar, analisar bem e fazer pesquisa de mercado. Assim você descobre o que as pessoas querem e se elas querem o que você tem a oferecer. Depois disso, se tem orçamento e margem pra se manter até tornar-se lucrativo, é ‘abrir o peito e correr pro abraço’”, conclui.

Reportagem publicada na 294ª edição do Jornal Agora