Relatórios técnicos mostram “mecanismo coordenado” de fake news, diz Moraes

Relatórios técnicos que embasam o inquérito das fakenews no Supremo Tribunal Federal (STF), obtidos pelo UOL, “constataram a existência de um mecanismo coordenado de criação de fakenews”, disse o ministro Alexandre de Moraes na justificativa dos pedidos de busca e apreensão determinados hoje.

Segundo Moraes, há indícios de uma “associação criminosa” com financiamento empresarial. O sistema envolveria a produção e a disseminação de “notícias ofensivas e fraudulentas por intermédio de publicações em redes sociais, atingindo um público diário de milhões de pessoas”.

Empresários bancariam as operações, segundo o gabinete do ministro. “As investigações também apontaram que toda essa estrutura, aparentemente, estaria sendo financiada por empresários que, atuando de maneira velada, fornecem recursos das mais variadas formas para os integrantes dessa organização, inclusive impulsionando vídeos e materiais contendo ofensas e notícias falsas com o objetivo de desestabilizar as instituições democráticas e a independência dos poderes.”

Hoje, a PF executou 29 ações de busca e apreensão determinadas pelo ministro. Um dos alvos foi o empresário bolsonarista Luciano Hang, das lojas Havan. O UOL revelou que ele financiava impulsionamentos de conteúdos.

Existe associação criminosa

Segundo o ministro, as provas colhidas e laudos produzidos nas investigações “apontaram para a existência de uma associação criminosa dedicada a disseminação de notícias falsas, ataques ofensivos a diversas pessoas, às autoridades e às instituições, dentre elas o Supremo”. Há ainda “flagrante conteúdo de ódio, subversão da ordem e incentivo à quebra da normalidade institucional e democrática”.

Alguns dos frequentes protestos a favor do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) defendem também o fechamento do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF), além de uma intervenção militar, ou seja, o retorno à ditadura.