Os mortos vivos

Em tempos de pandemia e de isolamento social, o que não falta são filmes e séries que retratam um possível futuro apocalíptico. Na sua maioria decorrente de um grande desastre ou uma doença que se espalhou rapidamente pelo mundo todo.
George A. Romero lançou A noite dos mortos vivos em 1968, criando o subgênero de filmes de terror de zumbi que conhecemos hoje em dia. O filme veio com uma carga de criticas sociais tão grande que se tornou uma marca no gênero zumbi. O longa foi estrelado por Duane Jones, ator negro, algo impensável para época, além das criticas feitas sobre as armas.
Durante muitos anos os filmes de zumbis não eram vistos como rentáveis aos grandes estúdios de cinemas, principalmente para os americanos, o que gerava filmes de baixo orçamento e de qualidade duvidosa.
Quando os anos 2000 chegaram, o gênero ganhou bons filmes, como Extermínio, de 2002, dirigido por Danny Boyle, e Madrugada dos mortos, de 2004, do estreante Zack Snyder, que é uma refilmagem do segundo filme de Romero sobre assunto. 
E não demorou para as histórias em quadrinhos começarem a produzir material do tema. Em 2003 chegava as bancas americanas The Walking Dead, do escritor Robert Kirkman, que mostrava as aventuras do policial Rick Grimes, que acordava de um coma em um mundo dominados por zumbis. Kirkman por algumas vezes afirmou que teve a ideia logo após assistir o filme Extermínio, onde o protagonista também retorna de um coma após um acidente.
Para que a Image Comics aceitasse publicar a revista, o escritor disse aos diretores da editora que o vírus zumbi fazia parte de uma invasão alienígena à terra. A publicação fez certo sucesso no seu lançamento, onde nenhum número vendeu menos que o anterior. Depois de algum tempo, os executivos da empresa foram cobrar o autor sobre a invasão alienígena, e foi quando Kirkman confessou que mentiu sobre a premissa.
The Walking Dead é um quadrinho muito adulto e trata de temas muito interessantes para a sociedade como um todo, depois de um tempo o ser humano vai se adaptando as condições desse novo mundo e os choques entre diferentes grupos de pessoas, por causa dos mais variados recursos, se torna algo inevitável. 
Acabamos por ver que o ser humano é o maior perigo deste novo mundo e que em muitas ocasiões eles são mais impiedosos que os próprios mortos-vivos.