Regional de Saúde monta força-tarefa para agilizar cirurgias que foram adiadas pela pandemia

Que a Covid-19 causou incontáveis danos em diversos setores da sociedade, todos sabemos. Aos poucos, conforme a pandemia desacelera e a vacinação avança, é possível calcular a extensão das perdas e montar estratégias para reparar o que for possível.

De acordo com o diretor da Regional de Saúde (RS) de Maringá, Ederlei Alkamin, um dos grandes problemas ocasionados pela pandemia é a grande fila de procedimentos cirúrgicos que foram suspensos. Ao Jornal Agora, Alkamin contou que o órgão está montando uma força-tarefa para atender a demanda reprimida.

Estamos em campanha de cirurgias eletivas, e já retomamos com recursos que estavam parados. O Secretário de Saúde do Paraná, Beto Preto, anunciou R$ 50 milhões para que o estado consiga dar conta disso. Lembrando que em 2019 o Ministério da Saúde destinou R$ 12 milhões para realização de cirurgias eletivas no Paraná. Para o ano que vem, só estado vai investir R$ 50 milhões, estão esperamos que o Ministério aplique mais, para dobrar a capacidade de atendimento e dar vasão à fila”, comenta.

A reportagem do Jornal Agora apurou que, até junho deste ano, aproximadamente seis mil mandaguarienses estavam na fila da Saúde por algum procedimento, situação que deve ser amenizada com a força-tarefa da Regional.

Municípios devem levantar demanda real e fortalecer equipes, afirma chefe da Atenção Básica

Responsável pela Atenção Básica na RS, Márcia Serafini , que também participou da entrevista, afirma que, para tornar a força-tarefa possível, cada um dos 30 municípios atendidos pela Regional deve fazer um levantamento aprofundado de sua própria demanda.

Isso deve ser feito para que não haja casos de duplicidade. Às vezes a mesma pessoa está em duas ou mais filas diferentes, então é necessário centralizar essas informações para que os atendimentos sejam mais rápidos e assertivos”, aponta Márcia.

Ela destaca ainda que é importante cada município fortalecer as equipes de atenção primária. “Uma equipe de Saúde da Família absorve 80% dos casos mais simples, para que não seja necessário chegar a alguma especialidade. É um trabalho que precisa ser ampliado, desde que cada município faça sua parte, e ajuda a fila de especialidades a não aumentar”, conclui.

Vacinação

Ainda durante a entrevista concedida à reportagem, Ederlei Alkamin comentou sobre o avanço da vacinação contra a Covid-19 na região. “No começo tivemos alguns percalços por conta da demanda de cada município, e os números populacionais que estão desatualizados. Porém, fizemos um trabalho sério para equalizar a vacinação, e hoje todas as cidades atendidas pela Regional de Saúde de Maringá estão na mesma idade de vacinação e chegaram ao público adolescente. Quanto à população adulta, estimamos que 98% desse público já recebeu pelo menos uma dose ou a dose única da imunização”, finaliza.