Maringaense de 10 anos envia cartas a vizinhos para pedir que fiquem em casa

Um menino de apenas dez anos de idade vendo a atual situação da pandemia se agravar em Maringá resolveu mandar cartinhas para seus vizinhos para pedir que todos se cuidassem. 

Arthur Ferreira de Carvalho é morador do Jardim Iguaçu em Maringá e mesmo sendo pequeno entende a importância de nos cuidarmos. 

Nas cartinhas enviadas para seus vizinhos ele comentou que pessoas estão sofrendo pela falta de leitos em UTIs e reforçou a importância do isolamento social. 

Segundo a mãe Giselle Carvalho, de 38 anos, o menino comentou sobre a ideia de fazer esse contato com os vizinhos há duas semanas. Mas ela, com medo de possíveis reações, tentou convencer o filho do contrário.

“De certa forma, eu quis privar o Arthur de se expor desse jeito. Porque eu sabia que colocando isso no grupo da rua poderia aparecer vários tipos de comentários ali. Eu fiquei com receio de que pudesse vir alguma mensagem que fosse machucá-lo”, disse Giselle em entrevista ao GMC Online.

Arthur, uma criança determinada, conseguiu o que queria e convenceu a mãe a ajudá-lo. O menino, então, escreveu a primeira carta e, juntos, mãe e filho imprimiram cópias para distribuir em todas as casas próximas. 

O menino é o mais velho dos três filhos de Gisele e, de acordo com ela, sempre demonstrou preocupação com a família. “Ele sempre se mostrou sensível às necessidades dos irmãos. E ele não é assim só com os irmãos, é assim com todas as pessoas. Se ele escuta a gente falando de alguém que está internado, ele se preocupa, fica apreensivo. É uma criança bem sensível a tudo que envolve o outro”, afirmou a mãe. 

O objetivo, segundo o próprio Arthur, era garantir que as pessoas continuem mantendo os cuidados necessários. “Eu quis [pedir] para as pessoas se cuidarem, porque a situação está ‘feia’. Minha mensagem foi de alerta”, explicou o menino.

Pelo que parece, a mensagem foi bem recebida e alegrou os vizinhos. Conforme relembra Giselle, a família teve retorno positivo de quem recebeu a carta. “Não era essa a intenção, mas alguns vizinhos tiraram fotos da cartinha, colocaram no grupo, parabenizaram o Arthur pela atitude e falaram da importância dessa conscientização em uma criança”. 

Para ela, atitudes como a do filho provam que as crianças também sentem os impactos de uma brusca mudança de realidade, como a vivenciada pela população com a chegada da pandemia. 

“Eu fico muito feliz que o Arthur consiga desenvolver essa empatia numa idade tão jovem. É muito complexo olhar a situação do outro a partir do nosso mundo. Isso parece muito complicado, mas as crianças aprendem a ter empatia, a olhar o outro e a ter compaixão pela vida do outro quando são ensinadas e têm exemplos”, comentou a mãe, orgulhosa. 

 

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