Falsa enfermeira tem sigilo bancário quebrado pelo MP, em Apucarana

O Ministério Público (MP) pediu a quebra do sigilo bancário da falsa técnica de enfermagem que atuou como voluntária no esquema de vacinação contra a Covid-19 e desviou vacinas em Apucarana.

A informação foi confirmada pela defesa de Silvânia Del Conte, 47 anos.

De acordo com a advogada Fernanda Feguri, a sua cliente assinou um documento abrindo mão do sigilo bancário para provar que não recebeu dinheiro pelas vacinas aplicadas.

“Ela afirmou que a motivação foi gratidão e que seu desejo foi ajudar”, afirma. 

A advogada, que ingressou com pedido de liberdade, afirma que sua cliente está colaborando com as investigações e que não há necessidade de Silvânia continuar presa, uma vez que o crime não envolve violência ou grave ameaça. 

“Ela será condenada, até porque confessou o crime e colaborou. Mas, qual seria a necessidade de ela ficar presa preventivamente, se mesmo condenada provavelmente não ficará. Entendo o clamor social e respeito, mas também entendo que não é uma situação em que precise ficar presa para continuar colaborando, a prisão é dispensável. Acredito que existem outras medidas alternativas que podem ser feitas, como a monitoração eletrônica”, afirma.

Fernanda conversou com Silvânia na segunda-feira (17), após a audiência de custódia da investigada.

De acordo com a advogada, a falsa técnica de enfermagem teria agido sozinha, sem ajuda de um cumplice e que não recebeu dinheiro para aplicar as doses nas pessoas que receberam a vacina.

“Ela assumiu os crimes que estão sendo atribuídos a ela e disse que fez por vontade própria. Ela se mostra arrependida e tem a consciência que terá que pagar pelo que fez. Naquele momento ela não teve essa percepção de que é errado e que poderia ser descoberto e poderia faltar vacina para alguém”, relata a advogada. 

Segundo a jurista, Silvânia contou como teve acesso as ampolas desviadas.

A falsa técnica de enfermagem disse que no início do esquema de vacinação, funcionários da Autarquia Municipal de Saúde (AMS) eram responsáveis por aspirar as vacinas com as seringas e encaminhá-las para o local de vacinação.

Contudo, houve uma alteração para evitar a perda de vacinas.

“Como não sabiam quantas pessoas iriam procurar a vacinação, passaram a levar as ampolas para o local onde ocorreu a aplicação, e foi lá que Silvânia teve acesso as ampolas”, contou a advogada.