Fluminense joga mal, mas conta com brilhos individuais para garantir virada e liderança isolada

Foi assim que o Fluminense garantiu, na noite desta quarta-feira, a vitória por 2 a 1 sobre o Santa Fe, pela 4ª rodada da Libertadores. O time de Roger Machado fez seu pior jogo nesta edição da competição, mas saiu de campo não só com os três pontos, como também com a liderança isolada do Grupo D. Vai entender?! Era jogo para explodir o Maracanã.

Com todos os titulares à disposição – Martinelli chegou a ser dúvida por conta de dores musculares, mas teve condições de jogo –, Roger optou por repetir a escalação utilizada nas últimas partidas do torneio, mandando a campo:

Marcos Felipe; Calegari, Nino, Luccas Claro e Egídio; Martinelli, Yago e Nenê; Kayky, Luiz Henrique e Fred.

Mas viu um Fluminense espaçado e recuado em ação, principalmente no primeiro tempo, quando parecia ter um buraco no meio de campo. Nenê e os atacantes jogavam longe dos volantes, o que facilitava o jogo por dentro do Santa Fe, que, precisando da vitória, foi agressivo: jogou apenas com um volante entre os zagueiros e liberou três homens.

Com espaço de sobra e sempre com um a mais no meio, os colombianos, então, mandaram no jogo em toda a primeira etapa, desperdiçando chances claras de abrir o placar no Maracanã. Além de Marcos Felipe, que se agigantou para cima de Osorio, aos 12 minutos, quem mais dificultou a vida do Santa Fe foi sua própria pontaria.

Desorganizado e “distante” em campo, o Fluminense também tinha dificuldades de atacar. A bola pouco chegava em Fred ou Kayky, e a primeira boa construção do time foi depois dos 30, quando Egídio trabalhou com Yago e Nenê, que fez bom cruzamento e, por pouco, não encontrou o camisa 9 “na boa” para finalizar.

No intervalo, Roger não mexeu na estrutura do time, mas sim em “peça por peça”, substituindo Luiz Henrique por Biel. O time deu poucos sinais de melhora, apesar do jovem de 20 anos ter finalizado para ótima defesa de Castellanos, aos sete minutos do segundo tempo. A equipe seguia com o meio de campo fértil, espaçado e com dificuldades na marcação, até que aos 12 minutos, o Santa Fe, com González, abriu o placar da partida.

Mas o que parecia improvável, pelo panorama do jogo, aconteceu: o Fluminense chegou ao empate em menos de dois minutos. Não é de hoje que a equipe parece saber a hora certa de fazer gols. O time conseguiu encaixar seu primeiro contra-ataque, com Martinelli, e viu a estrela de Kayky brilhar (mais uma vez). O jovem fez linda jogada e deu passe açucarado para Fred marcar seu 22º gol em jogos da Libertadores, se tornando, ao lado de Célio (ex-Vasco e Nacional-URU), o terceiro maior artilheiro brasileiro da história da competição.

Mas não foram só as estrelas de Fred e Kayky que brilharam na noite desta quarta-feira. A de Cazares e Caio Paulista – e consequentemente a do técnico Roger Machado – também. O meia foi acionado aos 21, no lugar de Nenê, e o atacante aos 27, na vaga de Kayky. Aos 30, então, o equatoriano deu um bolão para Caio, que recuperou a bola no início da jogada, arrancou e garantiu a virada tricolor. Vitória suada, sofrida, no melhor estilo “time de guerreiros”.

Apesar do resultado (que, sim, tem que ser comemorado), é preciso tirar lições da partida. Principalmente pensando em adversários mais fortes. O Santa Fe também desperdiçou um caminhão de gols.

Sem muito tempo para recuperação ou treinamento, o Fluminense já precisa virar a chave para sábado, quando enfrenta o Flamengo, pelo primeiro jogo da final do Campeonato Carioca, e necessita de ajustes para conter o ataque rival, como povoar o meio, compactar as linhas e organizar a defesa. O Fla-Flu acontece às 21h05 (de Brasília), no Maracanã.

Logo depois, na terça-feira, o Tricolor volta a jogar pela Libertadores, outra vez em casa, contra o Junior Barranquilla. Com oito pontos, está a um de garantir sua classificação às oitavas de final. River Plate tem seis, Junior soma três e Santa Fe apenas dois.