Condenado na Lava Jato, ex-deputado Nelson Meurer testa positivo para Covid-19, e defesa pede prisão domiciliar ao STF

O ex-deputado federal Nelson Meurer, primeiro condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na Operação Lava Jato, testou positivo para a Covid-19. O resultado foi divulgado nesta quinta-feira (9) pela defesa do político, que entrou com novo pedido de prisão domiciliar na Suprema Corte.

Meurer cumpre pena de 13 anos e 9 meses na Penitenciária Estadual de Francisco Beltrão, no sudoeste do Paraná. Ele foi condenado em maio de 2018 pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.

Segundo o advogado Michel Saliba, o estado de saúde do ex-deputado, de 77 anos, é considerado estável, mas demanda cuidados por ele ser cardiopata, diabético, hipertenso e renal crônico. “Os próximos três dias serão decisivos. O quadro pode piorar em questão de horas”, afirmou.

O político está internado desde a terça-feira (7) em um hospital particular de Francisco Beltrão. Ele fez uma contraprova do exame depois de testar negativo na primeira vez.

O advogado informou que diversos pedidos de prisão domiciliar foram negados pelo STF desde novembro do ano passado. Ele foi preso no fim de outubro de 2019.

No pedido ao ministro do STF Luiz Edson Fachin, relator da Lava Jato, a defesa justifica a necessidade prisão domiciliar com base nas doenças pré-existentes do político e do diagnóstico positivo para o novo coronavírus.

“Com devido respeito, negar ao ora requerente a possibilidade de cumprir a pena imposta por esta e. Corte em regime domiciliar, não é só negar-lhe o direito a saúde, mas o direito à vida”, afirma a defesa.

Condenação

Segundo a denúncia feita pela Procuradoria Geral da República (PGR), Meurer recebeu R$ 29,7 milhões em 99 repasses mensais de R$ 300 mil, operacionalizados pelo doleiro Alberto Youssef.

Conforme o ministro Edson Fachin, as provas nos autos mostram que o deputado recebeu, “periodicamente” e com ajuda dos filhos, vantagens indevidas.

O relator afirmou ainda que a quebra de sigilo bancário de Nelson Meurer evidenciou dezenas de “depósitos fracionados” em uma conta corrente do deputado. Para Fachin, as quantias eram incompatíveis com a renda do parlamentar.