Sob nova direção

Hudson Guimarães (PPS) foi eleito vereador em 2016 em Mandaguari com o título de candidato mais votado daquele pleito. No dia 10 de dezembro de 2018 foi escolhido por unanimidade como o presidente da Câmara de Vereadores para o biênio 2019-2020. Na última semana, Guimarães concedeu entrevista exclusiva ao Jornal Agora para falar sobre o caminho que tem seguido na vida pública e a perspectiva para os próximos anos. Confira:

 

Jornal Agora: Foi necessária muita articulação para chegar à presidência? Como você se sente depois de todo esse processo?

Hudson Guimarães: Olha, confesso que estou bem feliz que esse processo terminou. Realmente a gente precisou te muitas conversas, muitas articulações, no melhor sentido da palavra, para chegar à presidência.

No meu primeiro discurso deixei claro que não se chega à presidência da Câmara sozinho. Não deixa de ser um momento de renúncia para alguns, que gostariam de ocupar o cargo, mas precisamos pensar naquilo que pode ser o melhor, e depositaram em mim esse voto de confiança.

 

Conciliar vereadores de oposição e situação foi uma tarefa muito árdua?

Aqueles que tem como prioridade a população é fácil de trazer para a composição, pois essa é a nossa preocupação. Eu acho que a política tem o lado partidário, com todos defendendo seus grupos, mas temos algo que precisa suplantar os próprios interesses. A gente não tem que pensar só numa sobrevivência eterna a qualquer preço.

A população precisa ser defendida, assistida, e nós estamos lá pra isso. Os vereadores ainda mais têm esse papel, pois somos eleitos como representantes do povo, e se não representarmos a população, não estamos cumprindo nosso dever.

Nossa chapa foi composta por quatro grupos diferentes, e realmente exigiu essa visão que trouxemos para o mandato e para a presidência da Câmara, uma visão de que o foco é a população.

Em 2016 você foi eleito como candidato da oposição. Como ficam os próximos dois anos com o Executivo?

Desde o começo do mandato, e não agora, mas talvez atualmente o que digo ganhe mais peso, eu fico muito incomodado com essa situação de nós vereadores termos que ser contra ou a favor de prefeito. É como se só tivéssemos duas opções, de ser situação ou oposição.

Claro que em qualquer parlamento temos quem é eleito na situação e quem é escolhido na oposição, e isso faz parte da democracia, mas o que costumo dizer é que sou população. Todas as vezes em que o prefeito estiver defendendo os interesses da população com suas propostas, ideias e projetos, também o faremos. E quando identificarmos que isso não está acontecendo, vamos cobra-lo.

Acredito que essa questão de ser oposição ou situação precisa estar em segundo plano. Fui eleito na oposição e hoje estou na presidência da Câmara, sim, mas não é porque fui eleito na oposição que preciso atrapalhar a Prefeitura. Precisamos trabalhar pela governabilidade, para que o prefeito execute o que precisa pela cidade.

 

Hoje você tem 30 anos. Em uma época que se fala muito de renovação na política, talvez seu nome surja como um dos principais da nova geração. Como encara esse cenário?

Agora nós nos pusemos para a vida pública. Estou entendendo que realmente existe possibilidade forte de continuarmos nesse caminho. Eu sou aberto. Meu futuro está nas mãos de Deus. Sou extremamente religioso e sempre entrego minha vida e meu futuro. Onde o Senhor quiser que esteja servindo, estarei. Hoje entendo que é na vida política. Posso continuar, e sempre quero fazer isso com responsabilidade e contribuição, não apenas por estar. Quero estar para ser útil, contribuir de forma verdadeira. Quando não mais tiver o que contribuir na vida pública, procurarei outro projeto.

 

E seu interesse pela política surgiu como?

Na verdade, nunca tive pensamento de um dia ser vereador. Acho que sim, sempre houve uma veia política, mas nunca se tornou algo concreto na minha cabeça. Onde essa chave virou foi uma vez que meu coordenador diocesano conversou comigo, identificou uma liderança em mim e veio conversar comigo, dizendo que gostariam de lançar um candidato a vereador. Naquele momento eu dei risada. Uma pessoa que não tem vínculo partidário, tanto que não me indicou partido. Ele fez isso na tentativa de oxigenar esse cenário. O cenário que está se formando, de renovação, não surgiu ontem, está se construindo ao longo do tempo. Já se falava nesse novo cenário, em 2018 veio mais à tona e não tenho dúvidas de que vá continuar.

E como a sua família recebeu isso?

No começo de forma conflituosa. Gera um pouco de medo. A gente vira uma vidraça, de forma muito repentina. A política é muito marginalizada. No começo havia bastante medo do incerto, do novo. Pra nossa família é completamente novo. Mas eles me apoiaram sempre, uma vez que perceberam a decisão. Isso é fundamental. Na eleição, toda a minha família de Mandaguari estava comigo. Me emocionei bastante.

Sem falar no Evandro Araújo, que é um amigo muito querido, uma das pessoas que desde sempre eu consultei. Ele tem caminho dentro da renovação.