Saúde de Mandaguari realiza mais de 11 mil atendimentos médicos por mês

O Secretário Municipal de Saúde, Ademilson Gregório Machado (Zenão), e a coordenadora do Pronto Atendimento Municipal (PAM), Priscila Sartori, estiveram no estúdio da Rádio Agora FM nesta quinta-feira (24) para apresentar números atualizados da saúde pública do município e comentar sobre as principais dificuldades enfrentadas pela rede.

Segundo os dados divulgados, Mandaguari realiza mensalmente cerca de 11 mil atendimentos médicos, somando as sete Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e o PAM. Apenas nas UBSs são registrados em média 6.500 atendimentos mensais, enquanto o pronto atendimento contabiliza outros 4.500, o que equivale a aproximadamente 300 atendimentos por dia, ou uma pessoa a cada cinco minutos, considerando o funcionamento ininterrupto do serviço.

Zenão destacou que a estrutura municipal cobre, em média, quase quatro vezes a população da cidade ao longo de um ano. “Estamos falando de aproximadamente 140 mil atendimentos médicos anuais para uma população de 38 mil habitantes. É como se cada cidadão passasse por três a quatro atendimentos por ano. Isso sem contar especialistas, transporte, SAMU, exames ou serviços como fisioterapia e fonoaudiologia”, afirmou.

A coordenadora do PAM, Priscila Sartori, aproveitou para esclarecer um ponto frequente de reclamação por parte da população: o tempo de espera. Segundo ela, muitos pacientes procuram o pronto-socorro para situações que deveriam ser tratadas nas UBSs. “O PAM é um serviço de urgência e emergência, não é um ambulatório. Quando temos acúmulo de casos graves, os casos leves precisam aguardar. É natural, mas nem sempre bem compreendido”, explicou.

Ela também ressaltou que, com a melhora no quadro de profissionais e ajustes na escala médica, o PAM tem conseguido operar de forma mais fluida. Hoje, há sempre dois ou três médicos atendendo na triagem e um médico fixo na emergência.

Apesar do bom desempenho nos atendimentos básicos e de urgência, a maior dificuldade da rede, segundo o secretário, está no acesso a consultas com especialistas, como neurologistas e pneumologistas. “A lógica de mercado não ajuda, enquanto uma consulta particular pode custar R$ 500, o SUS repassa cerca de R$ 40. Mesmo com o município pagando até R$ 120 pelo consórcio de saúde (Cisamusep), muitos profissionais preferem manter-se na rede privada”, explicou Zenão.

O secretário relatou que tem buscado pessoalmente clínicas e hospitais na tentativa de conseguir ao menos algumas vagas mensais com especialistas. “Chegamos a pedir por misericórdia que um pneumologista nos atendesse ao menos meio dia por mês”, disse.

Atualmente, todas as sete UBSs de Mandaguari estão ativas e contam com equipe completa, inclusive com médicos em regime de saúde da família, que fazem visitas domiciliares. A estrutura tem contribuído para desafogar o pronto atendimento, mas ainda há gargalos que dependem de maior investimento estadual e federal para serem sanados, especialmente na contratação de especialistas.