“O mito da caverna”

Olá leitores do Jornal Agora.

Neste texto decidi fazer um comentário sobre Platão, um dos maiores pensadores que já existiu, viveu na Grécia antiga entre os séculos V e IV a.C. A obra a ser comentada é “A República” tendo sido publicada no ano de 380 a.C., com foco no famoso “Mito da Caverna”, que acredito, a maioria se lembra ter ouvido falar durante as aulas de filosofia ou história durante o ensino médio. E qual a relação que este famoso texto tem com a nossa sociedade atual? Muitas, e depois que eu falar sobre o texto citado em si poderemos refletir e trazer o mesmo pensamento de Platão de aproximadamente 2500 anos atrás para a nossa realidade.

Neste mito Platão fazia uma analogia da sociedade de sua época com uma caverna. Essa era uma de suas formas de ensinar. Segundo ele as pessoas viviam dentro de uma caverna de costas para sua entrada e depois de uma fogueira que estava posicionada mais ou menos entre a metade da entrada da caverna e sua parede, assim como mostra a figura adiante.

Desta forma, as pessoas que se encontravam dentro da caverna e observavam a parede viam as sombras que representavam o mundo externo à caverna, então não viam a realidade como ela realmente se dava, apenas uma representação dela, mantendo-se na ignorância em relação ao mundo em que viviam. Porque a sombra projetada na parede da caverna nem sempre representava o que de fato acontecia no mundo, fazendo com que a percepção fosse incompleta e da mesma forma o entendimento do mundo.

Na sequência do mito, Platão nos diz que uma pessoa conseguiu se libertar do interior da caverna e de suas sombras e retornou ao mundo real de fora da caverna tendo acesso ao entendimento do mundo como ele realmente é, e desta forma se maravilhou com o conhecimento obtido. Sendo assim, se achou na obrigação de retornar ao fundo da caverna e alertar quem lá se encontrava na ignorância e tentar retirá-los de lá para ter acesso ao mundo e ao conhecimento, porém não foi bem recebido. As pessoas que se encontravam ainda ao fundo da caverna não reconheciam a própria ignorância, e ali permaneceram com a consciência de que estavam acompanhados da verdade.

Para Platão era necessário o ser humano nunca ter uma mente fechada para se chegar ao conhecimento, estar sempre aberto para poder admirar e adquirir o novo, sem permanecer na ignorância, assumindo o princípio de humildade quanto ao próprio intelecto para que o mesmo se desenvolva. Seguia assim o princípio de humildade do seu próprio mestre Sócrates responsável pela celebre frase: “Só sei que nada sei.”

Acredito que não é difícil fazermos as comparações devidas com a nossa sociedade. A pessoa que sai do seu mundinho da caverna e retorna para salvar os demais podem ser vistos como os atuais professores, mestres e educadores. E o que a nossa sociedade faz com esses profissionais quando eles tentam nos abrir os olhos para a realidade? Nem preciso dizer, essa é uma resposta que todos sabem dar de maneira correta.