O escorpião

Certo dia, um escorpião seguia o seu caminho pra casa até se deparar com um grande e profundo lago. Em suas margens andou de lá pra cá, pensou, tentou contornar, mas todos os seus esforços eram vãos. Cansado, sentou e pôs-se a observar o lago, quando de repente seus olhos encontraram um sapo que nadava alegre por todos os lados. Ia pra frente, pra traz, mergulhava, borrifava água, o espetáculo era tanto que chamou a atenção do escorpião, até que este se levantando, foi à margem e começou a gritar:

– Ei, sapo… Aqui… Sapinhooo… Venha até aqui, preciso de sua ajuda.

– Pois não Sr. Escorpião, o que deseja?

– Escute Sr. Sapo, preciso chegar à outra margem, mas não tenho como atravessar este lago, então pensei, se o Sr. poderia me dar uma carona até a outra margem, e depois eu lhe recompensarei de alguma forma.

O sapo pensou um pouco e disse: 

– Veja bem Sr. escorpião, eu até faria isso pelo Sr., mas e se de repente e te coloco em minhas costas e o Sr. me ferroa, eu morreria por tentar ajudá-lo?

– De modo algum, disse o escorpião, – se eu lhe ferroar nunca chegarei do outro lado, e ainda morreria afogado, pois não sei nadar. Então por amor a mim nunca lhe farei mal algum.

O sapo pensou mais um pouco e acabou concordando.

– Bem, é verdade, então monta aqui. Rapidamente o escorpião subiu em suas costas e lago a fora seguiram os dois. Havia certo orgulho no sapo por carregar consigo um escorpião, e todos em torno assistiam aquela cena. Até que de repente, no meio do lago, o sapo sente uma ferroada lhe atravessando as costas.

– Ai Sr. escorpião… – disse o sapo – …o Senhor me ferroou… Mas havia prometido que nunca o faria…

– Me desculpe Sr. sapo… – disse o escorpião – …mas o Sr. sabe, essa é a minha natureza, eu sou um escorpião e não posso fugir disso.