“2022 foi um dos melhores anos para a cooperativa”, conta Marcos Trintinalha, presidente da Cocari

Nesta segunda-feira (27) o presidente da Cocari, Marcos Trintinalha, concedeu entrevista à rádio Agora FM (87,7) e falou com o apresentador Júlio César Raspinha.

Marco fez um balanço sobre o ano de 2022 para a cooperativa, sobre a projeção da safra de soja para este ano e sobre a expansão da Cocari.

Confira a entrevista completa: 

A vida de agricultor não é fácil, né?

Sim, há pouco tempo atrás estávamos querendo chuva para a safra de soja e essa chuva foi bem tranquila esse ano em toda região, ano passado tivemos um problema com isso porque tivemos uma safra de verão muito ruim por conta do clima, foi uma quebra de até 45% da área de ação da Cocari. Porém esse ano vem muito bem, começou a colheita e o Dia de Campo também onde tivemos nossa exposição de culturas e desenvolvimento. É uma montanha russa o nosso clima, mas faz parte do nosso trabalho e estamos colhendo.

Mesmo com essa chuva não deve haver perdas nessa safra?

Por enquanto não, a lavoura estava começando a chegar e a chuva começou e o único problema é a umidade porque o produtor quer colher logo a lavoura. Acreditamos que a colheita será grande apesar das chuvas neste período e um atraso de 15 dias no plantio, é normal. Ano passado tivemos dificuldades por conta da seca na região toda.
Como podemos avaliar a Cocari nestes 61 anos de atuação? O balanço de 2022 foi positivo para a cooperativa?
No dia 7 deste mês completamos 61 anos de fundação e fizemos nossas assembleias de janeiro e a prestação de contas do ano passado, 2022 foi um ano complicado porque o produtor teve alguns problemas em algumas regiões na questão da safra, mas para a Cocari foi um ano bom porque conseguimos fechar todos os objetivos e nas nossas vendas também, foi um dos melhores anos para a cooperativa, teve um recorde de faturamento de R$ 5,7 bilhões.

E na questão de outras regiões do Brasil, como está a expansão da Cocari?

Nós inauguramos três unidades novas aqui no Paraná, em Ponta Grossa, Teixeira Soares e Godoy Moreira, que está na nossa área de expansão, e também mais três no Cerrado, uma em Piracanjuba, Catalão e em Minas Gerais, essas unidades são para atendimento de nossos clientes de lá. Ano passado aqui no Paraná começamos nosso projeto de abate de tilápias e está em pleno desenvolvimento para chegar até o fim do ano a 12 mil toneladas de abate por dia.

A transição de governo pode impactar em algo para o produtor ou as cooperativas?

Com a mudança houve sim uma retração, mas a única coisa que estamos percebendo que está acontecendo é que houve um atraso na compra dos produtos que ele irá usar na lavoura e nas máquinas agrícolas por conta das taxas de juros. O produtor segurou um pouco por conta disso, mas com a colheita da soja começa a se desenvolver de novo e a ter novos contratos. Esperamos que haja políticas boas para fortalecer nosso setor.

Sobre a questão da gripe aviária e da vaca louca que está em alerta no Brasil e a Cocari é associada à Aurora e isso impacta também, a produção e exportação do frango já está impactando?

Já havíamos sofrido um pouco de prejuízo nessa área e na exportação porque no mercado interno o custo de produção estava muito alto e com a quebra de safra de milho e soja impacta muito no preço final e acaba dando prejuízo, você não vai conseguir repassar para o consumidor. Na questão de exportação para a Europa e Ásia o preço em dólar caiu um pouco também, 70% do frango produzido aqui é exportado, assim como em todo Brasil. Estamos começando a retomar agora, no mês de março começa a “normalizar” isso. Se a gripe aviária vier de fato para o Brasil isso será muito ruim para todos e sobre a vaca louca acredito que logo esse problema será resolvido.

Sobre a Aurora e a cooperativa, há uma data para expansão da cidade?

Tem sim porque a Aurora está fazendo um grande investimento aqui, produzindo subprodutos, e querem dobrar o abate, querem expandir a planta da empresa a partir de 2025-2026.