Exercícios físicos e controle da hipertensão arterial

Apresentada como uma doença silenciosa, a hipertensão não demonstra sintomas. Eles só aparecem quando há uma alteração acentuada da pressão arterial (crise hipertensiva), caracterizada por sintomas como vertigem e dores de cabeça, podendo agravar e afetar o sistema cardiocirculatório, causando entre eles o infarto agudo do miocárdio e acidente vascular cerebral.

Segundo dados da Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH) 30% da população adulta é acometida pela pressão arterial elevada, sendo mais presente em mais de 50% das pessoas idosas.

Essa doença crônica é um dos principais problemas de saúde pública do Brasil, sendo responsáveis por um grande aumento de mortalidade da população, atingindo 27% das ocorrências, segundo dados da V Diretrizes de Hipertensão, no Brasil, em 2003.

Não se achou a cura para pressão alta, apenas o que se torna efetivo é o controle, através do estilo de vida saudável e, em muitos casos, a associação de medicamentos específicos que reduzem a pressão arterial.

Surge nesse contexto à importância dos exercícios físicos, que auxiliam na diminuição percentual de gordura corporal, auxilia nos níveis de colesterol e glicemia, fortalece a estrutura óssea e muscular e melhora a condição cardiovascular do indivíduo.

Então o que é pressão arterial?

É a força que o sangue exerce contra as paredes das artérias. Podendo ser elevada ou diminuída de acordo com sua idade, condições cardíacas, psicológicas, funcional e farmacológica.

A pressão alta varia de individuo para individuo, tornando-se complexo estabelecer um número como regra, caracterizando a importância do acompanhamento médico e de exames direcionados. E se for diagnosticado, um dos aliados, além do controle com medicamentos e ter uma alimentação saudável, é se exercitar para o auxílio no controle da pressão arterial.

Exercícios físicos – aliados à saúde

Existem diversas estratégias para controlar e manter pressão arterial estável e uma delas e mais indicada é adotar um estilo de vida saudável e ativo. Aderir a uma alimentação balanceada, evitando a ingestão de gordura saturada e sal, praticar exercícios físicos e evitar consumir bebidas alcoólicas e tabaco são consideradas essenciais.

Segundo Instituto de Pesquisa Hcor os exercícios devem ser de intensidade moderada, de três a seis vezes por semana, em sessões de 30 a 60 minutos de duração, realizadas com frequência cardíaca entre 60% e 80% da máxima ou entre 50% e 70% do consumo máximo de oxigênio.

Exercícios Aeróbios como a caminhada, corrida, natação, bicicleta e hidroginástica são indicados por contribuir na redução da pressão sanguínea, considerando que durante o exercício ocorre a produção de calor que é eliminado do organismo através da vasodilatação e perda de líquido (suor) levando a uma consequente redução da pressão arterial pós-exercício.

Alguns cuidados devem ser considerados, como evitar exercitar em lugares sob o sol muito forte ou muito abafado e quente. Não fazer exercício se estiver indisposto ou com dor de cabeça e cansaço intenso. Importante verificar sua pressão antes de se exercitar e não fazer atividade física se a pressão estiver acima de 15 por 10 (150/100mm Hg).

Exercícios aeróbicos no controle da hipertensão

Como citado anteriormente os exercícios aeróbios aparecem como ótimas opções para prevenção das doenças cardiovasculares. Atividades como correr, nadar e pedalar supera o anaeróbio, produzindo elevação do colesterol bom (o HDL colesterol), melhorando os níveis de glicose em pessoas normais e principalmente nos diabéticos.

Porém associar o fortalecimento muscular em combinação com exercícios aeróbios, preparam seu corpo a ter uma melhor performance e postura, aproveitamento geral do oxigênio respirado”, segundo fisiologistas do HCor.

A Sociedade Brasileira de Cardiologia propõe que pessoas com hipertensão iniciem programas de exercício físico regular, desde que passem por uma avaliação clínica prévia.

Conclui-se que muitos são os efeitos benéficos do exercício físico, devendo ser apresentado como fator de intervenção no tratamento inicial do indivíduo hipertenso, a fim de evitar o uso de fármacos ou mesmos reduzir a dosagem. É preciso um cuidado especial em indivíduos sedentários, demonstrando a importância do exercício físico de forma estrutura e planejada, para uma progressão segura.

*Artigo publicado na 354ª edição do Jornal Agora.

Sobre o autor: Anderson Brito é profissional de Educação Física. Pós-graduado em treinamento desportivo e também exercício físico e reabilitação para idosos.