“Estamos pagando uma conta que não é nossa”, afirma presidente da Aceman

O presidente da Associação Comercial e Empresarial de Mandaguari (Aceman), Aguinaldo Campigotto, concedeu entrevista à Agora FM (91,3) na manhã deste sábado (27) para falar sobre a decisão do governo do Paraná de suspender o funcionamento de atividades como comércio e serviços.

Para Campigotto, o novo decreto sacrifica apenas uma classe. “Na nossa interpretação, o comércio está sofrendo sanções que não merece. Somos o segmento da atividade econômica que mais colabora para evitar a propagação do coronavírus e seguimos todas as recomendações. O comerciante é muito responsável nesse sentido”.

Além de ressaltar o zelo dos comerciantes em relação às medidas de higiene, Campigotto afirma que suspender comércio e prestadores de serviços, ainda mais levando em conta que a próxima semana será a primeira do mês de março, é injusta. “O governo faz uma medida paliativa para que fique bem com a opinião pública. Estamos pagando uma conta que não é nossa. Eu não sou defensor de lockdown geral, só estou dizendo que o setor está sendo penalizado de forma injusta, cria um desbalanceamento, é desleal, é muito ruim”, complementa o presidente da associação.

Ele terminou a entrevista afirmando que, apesar de não concordar com a decisão, os comerciantes vão obedecer o decreto. “A gente sabe que precisam ser tomadas medidas, mas não considero que essas sejam as medidas efetivas. Fica aqui o registro da nossa não concordância, embora nós vamos obedecer o decreto. Não acho que essa conta deveria ser paga do jeito que ela está vindo”, conclui Campigotto.

FACIAP TAMBÉM SE POSICIONA – Além da Aceman, a Federação das das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Paraná (Faciap), entidade que representa mais de 300 Associações Comerciais e cerca de 50 mil empresas, se manifestou contrária ao lockdown decretado em todo o Paraná. 

Confira a seguir trecho de nota oficial publicada pela Federação. 

Os empresários não podem pagar pela irresponsabilidade de parte da população que insiste em ignorar as medidas de prevenção. O setor produtivo vem trabalhando com responsabilidade, segurança e não é foco de contaminação.

Um novo lockdown vai gerar desemprego e reduzir a renda das famílias. Muitos empreendimentos vão falir, pois já se encontram em situação de fragilidade devido à lenta recuperação dos fechamentos anteriores. Muitas famílias serão obrigadas a ficar em casa sem ter recursos para necessidades básicas.

A Faciap entende que o poder público poderia trabalhar com medidas restritivas que impeçam aglomerações, como a Lei Seca e o toque de recolher, intensificando a fiscalização para punir os infratores. 

O trabalhador e o empresário não devem pagar a conta das aglomerações clandestinas que, em sua grande maioria, ocorrem em horários alternativos aos do setor produtivo. Se existem donos de bares, restaurantes e cultos religiosos que promovem aglomerações e contribuem para espalhar o vírus, que sejam também punidos. Este ônus não deve cair sobre quem luta para preservar a vida e trabalhar com segurança.

É preciso ampliar a fiscalização, aumentar a quantidade de leitos hospitalares, intensificar a realização de testes e ter a certeza de que as pessoas infectadas cumpram a quarentena com a disciplina necessária. 

A FACIAP lamenta profundamente as mortes provocadas pela pandemia e ressalta que o lockdown não é a saída mais viável, pois abala a economia e contribui pouco para o combate ao vírus. Em muitos casos, prejudica mais do que ajuda.

Imunizar a população é uma medida emergencial e deve ser tratada como prioridade. Cabe ao Governo Federal atuar com mais eficiência e agilidade para que a vacinação chegue o mais rápido possível a todos.

O setor produtivo precisa continuar em funcionamento, contribuindo para a nossa sociedade com a responsabilidade e seriedade de sempre. 


Encontrou alguma informação errada ou erro de digitação? Clique aqui e avise a redação do Portal Agora