Em tempos de violência
Começo o texto com a frase que define muito bem quem somos hoje. “Lugar de mulher é onde ela quiser”, define exatamente quem somos hoje. Celebrar o dia da mulher deve acontecer diariamente, afinal, carregamos conosco a marca que nos faz lembrar que alimentamos os filhos, desde o momento da concepção. E se, não parimos, também carregamos no umbigo a lembrança de uma mãe que traz o filho ao mundo. Há uma ligação excepcional entre as mulheres, sem desmerecer os homens. Por que há também muitos por aí com almas singulares, foram educados por mães maravilhosas.
Além desse poder, ainda que usasse esse texto e muitos outros não conseguiria descrever com acuidade quem somos na totalidade. Não munidas apenas de qualidade, mas também com todas as falhas e defeitos que desenvolvemos ao longo da vida. A maturidade demora a chegar, porque quando jovens a beleza e frescor nos destacam.
E mais tarde, quando chega a maturidade, percebemos que esse lado exterior tem que ser cuidado, entretanto o que permanece sobre nosso pescoço faz toda a diferença. Dias atrás uma amiga comentando que gostaria muito de voltar no tempo. Disse a ela que passei por muitos caminhos difíceis, por situações que me fortaleceram. Sou capaz de qualquer coisa hoje. Sou valente e corajosa. Choro e rio com facilidade. Aprendi a lidar com minha dor e a dor do outro.
Penso que nunca devemos voltar, mas sempre seguir adiante, mesmo ciente de que o combustível chegará ao fim, porque eternizaremos nas pessoas próximas de nós apenas o que fomos por aqui. E se envelheci, significa que passei as outras fases da vida.
Que em tempos de violência, desejo que estendamos as mãos e juntas lutemos contra o sexismo, a misoginia, o feminicídio. Que Magós, Tatianes, Maritizias, Marias.. Vítimas de crimes dolosos, ou seja, quando há a intenção de matar.
Que elas sejam vozes em nossas gargantas para que tenhamos liberdade de dizer não quando bem desejarmos