Eles se destacam dos demais

A sala de altas habilidades é um espaço organizado com materiais didáticos, pedagógicos, equipamentos e profissionais especializados onde é ofertado o atendimento educacional direcionado, que visa atender às necessidades educacionais dos alunos com indicativos de altas habilidades/superdotação que demonstram potencial elevado em áreas, isoladas ou combinadas: intelectual, acadêmica, liderança, psicomotricidade e artes, além de apresentar grande criatividade, envolvimento na aprendizagem e realização de tarefas em áreas de seu interesse.

Em Mandaguari existem três salas onde esses alunos podem desenvolver suas habilidades, uma na rede municipal, que fica na escola Dr. Ary da Cunha Pereira, e outras duas pela rede estadual de ensino, sendo uma na escola São Vicente Pallotti e a outra no Colégio José Luiz Gori.

Pioneira na educação especial, a sala da Dr. Ary começou em 2012 suas atividades, após a identificação de alunos feita pela Secretaria de Educação de Mandaguari. Atualmente conta com 11 estudantes do primeiro ao quinto ano das redes municipal e particular, e as crianças são acompanhadas pela professora Ana Paula Floresta da Silva e pela supervisora Vanessa Bighi Garcia Klagenberg.

Em 2015, na escola Pallotti teve início a segunda sala no município, tendo à frente a professora Valéria Cristina de Souza Pinheiro. “O Estado tem um programa de educação especial, vimos que aqui tinha alguns alunos com altas habilidades, fizemos a avaliação e em seguida foi liberada a montagem da sala. Foi um início muito difícil, porque foi a primeira sala mantida pelo governo no Paraná, mas foi um processo prazeroso, pois tinha esses alunos com potencial”, conta.

Por fim, em 2017, a direção do Colégio Gori também abraçou o desafio de abrir uma sala de altas habilidades, isso por causa da grande demanda de alunos que existiam na escola. A responsabilidade de acompanhar ficou a cargo da professora Silvana Aguilar. “É um trabalho muito novo tanto para a escola quanto para mim, que estou aprendendo. No início tínhamos alguns alunos que já eram avaliados, alguns frequentando a sala que existe no Pallotti, mas nem todos podiam ir até lá”, ressalta Silvana.

Como são identificados alunos com altas habilidades

Por meio de uma avaliação que pode ser feita no próprio colégio por um professor ou por uma equipe de psicólogo e psicopedagogo. Na maioria das vezes essa identificação ocorre dentro da sala de aula, e os professores  encaminham quando percebem que esse aluno se destaca em alguma área e tem um potencial diferenciado. Há casos de estudantes indicados pelos próprios amigos e também por familiares.

Trabalhos desenvolvidos

Com o objetivo de atender a demanda da potencialidade desses alunos os professores buscam dividi-los em grupos por afinidade ou área de interesse, como robótica, música, desenho, matemática ou escrita. “É feio um trabalho que desafia a criança, estamos sempre pesquisando assuntos que chamam a atenção. Tem que ser algo novo e diferente daquilo que ele vê em sala de aula e que atraia sua curiosidade, porque essas crianças são pesquisadoras. Trabalhamos em cima do interesse do estudante” comenta Ana Paula.

As salas contam com uma parceria com a Universidade Federal do paraná (UFPR) de Jandaia do Sul, para desenvolverem trabalhos na área da robótica. Uma vez por semana, os alunos vão até a universidade onde tem o acompanhamento de alunos da instituição na parte de programação em robótica.

Um fato é que as salas despertam o interesse dos demais alunos das escolas por ser um local diferente das outras, e acaba sendo comum as professoras serem procuradas para tirarem duvidas para saber como participar. Aliás, houve casos de pessoas achando que essas salas eram locais usados para aprender a tocar algum tipo de instrumento. Cada sala tem sua particularidade seja com computadores, desenhos pelas paredes e, principalmente, um forte envolvimento de suas professoras.

 

* Matéria publicada na 306ª edição do Jornal Agora