Disputa entre facções criminosas divide bairros e causa morte de três jovens

Os assassinatos de três jovens na madrugada de domingo (17/2) em Mandaguari tornaram ainda mais visível um problema que muitos preferem não enxergar, que é o impacto do tráfico de drogas na comunidade local. Investigação conduzida pela Polícia Civil aponta que Victor Lança, 21, e Maurício Junior, 19, e João Vitor Furtado, 17 anos, foram executados por conta de disputa envolvendo facções criminosas ligadas ao tráfico.

O delegado Zoroastro Nery do Prado Filho falou com exclusividade ao Jornal Agora que, atualmente, essas facções agem com maior presença nos jardins Boa Vista e Progresso, além de parte dos Cinco Conjuntos. “É muito difícil precisar o número de grupos que atuam na cidade. Quando conseguimos desmantelar uma facção apreendendo drogas e prendendo integrantes, um grupo é dissolvido e surgem outros dois no lugar”, destaca.

“Não é à toa que temos hoje mais de 90 detentos na carceragem local”, acrescenta o delegado. Nery acredita que se faz necessária uma operação federal nas fronteiras do estado, para diminuir o volume de drogas que entram no Paraná e que acabam chegando a Mandaguari.

Ele afirma que tanto Polícia Militar quanto Polícia Civil trabalham em conjunto para coibir o tráfico na cidade. O esforço mais recente foi o lançamento da operação “Mandaguari Segura”, na terça-feira (19/2), que visa intensificar a presença policial na cidade. Nos dois primeiros dias da ação, três pessoas foram encaminhadas à delegacia por envolvimento com tráfico. A “Mandaguari Segura” deve durar por tempo indeterminado.

 

Investigação

Quanto aos inquéritos que investigam as mortes dos três jovens, Nery afirma que um deles está concluído. “O do duplo homicídio na chácara na Vila Vitória. Tivemos acesso ao conteúdo do celular de uma das vítimas e identificamos diversas mensagens de ameaça. O autor é Márcio Gabriel de Souza Ribeiro, 19. Já pedimos a prisão dele, que se encontra foragido”.

Até o fechamento desta reportagem, na sexta-feira (22/2), a Polícia Civil tentava identificar o autor da morte de João Vitor Furtado para concluir o inquérito da execução do jovem.

 

* Matéria publicada na 291ª edição do Jornal Agora