Da conexão discada à internet das coisas

A origem da internet está na década de 1960, quando a ferramenta surgiu no meio militar, nos Estados Unidos. Já a internet moderna, como conhecemos hoje, começou a ganhar espaço no meio acadêmico em 1980 e apenas na década de 1990 passou a ganhar popularidade.

E foi justamente quando a web ainda engatinhava que o mandaguariense Pérsio Sgubin Júnior, que hoje tem 46 anos, decidiu investir na tecnologia. “Eu era programador de sistemas, dava aula, prestava suporte para algumas empresas e trabalhava em casa. Um belo dia, na sala da casa do meu pai, ouvi falar sobre esse assunto, internet, que naquela época era novidade”, conta.

O ano em que Júnior ouviu falar sobre o protocolo pela primeira vez foi 1996. Ao Jornal Agora ele relata que, depois disso, foi procurar mais sobre o assunto. “No primeiro momento, além de poucas pessoas terem conhecimento sobre isso, toda informação que a gente tinha é de que era caro, difícil de conseguir e os equipamentos não existiam no Brasil”, detalha.

Em dado momento, Sgubin chegou até uma empresa que prestou assessoria para a instalação de provedores de internet no Paraná. O objetivo da companhia era difundir a tecnologia no estado. “Consegui uma linha de crédito para comprar os equipamentos, que eram importados. E aí montamos o provedor. Eu fui o quinto provedor de internet do Paraná”, diz.

E foi em 1998 que surgiu a BWNet, primeira empresa a prover serviços de internet em Mandaguari. 

Evolução

A BW começou na era discada e foi crescendo acompanhando a evolução dos protocolos de internet. No começo, o provedor atendia empresas, como a Cocari, e depois levou seus serviços aos consumidores residenciais.

Anos mais tarde, a empresa investiu na tecnologia de internet via rádio, levando em conta a demanda dos clientes. E nesta década a BW tem focado em internet cabeada e na fibra óptica. “Atualmente estamos com fibra atendendo boa parcela dos nossos clientes”, destaca Júnior.

Ele conta que boa parte da evolução da empresa se deve à esposa, Tatiane. “Atualmente ela gerencia a o administrativo da BW, e eu sou o responsável pela parte de novos tecnologias, desenvolvimento de rede e suporte”, afirma Sgubin, e detalha que, desde que a Tatiane começou a trabalhar no provedor, focou sempre a excelência em todos os setores.

Em tempo: no ano passado, para celebrar duas décadas de existência, a BWNet mudou de nome, para BW2.0. 

Expansão

Com base consolidada em Mandaguari, a BW trabalha atualmente em sua expansão para outros municípios. Astorga, que também fica na Região Metropolitana de Maringá, já recebeu uma unidade da empresa. 
O plano, comenta Júnior, é chegar a outros municípios assim que possível. Ele ainda não revela quais outras cidades estão no plano de atuação do provedor.

Internet das coisas

Sgubin concluiu a entrevista comentando os planos para o futuro. De acordo com ele, a próxima tendência é a internet das coisas, com diversos dispositivos conectados. “Já é realidade em alguns lugares. Hoje há geladeiras que sabem calcular o consumo dos moradores de uma casa e tem autonomia para comprar produtos e reabastecer o estoque”.

“Estamos trabalhando com o protocolo IPV6, que também é realidade e permite essa série de dispositivos conectados. Quando a internet começou, pouca gente imaginava a ferramenta poderosa que ela seria. Hoje, sabemos que tudo vai acabar convergindo pra ela. E a BW2.0 quer fazer parte disso”, finaliza.

*Reportagem publicada na 298ª edição do Jornal Agora