Concorrência afiada

praticidade, agilidade e proximidade de um estabelecimento na hora das compras se torna essencial. Essa combinação é a aposta dos mercados de bairro para competir com as grandes redes. São estabelecimentos mais próximos do consumidor em todos os sentidos, onde o proprietário costuma chamar os clientes pelo nome, avisa quando algum produto chega e, às vezes, até vende fiado. 
Em Mandaguari, os mercadinhos de bairro seguem mantendo a competitividade. No entanto, a vida nem sempre é fácil. Um dos diferenciais era a abertura desses estabelecimentos aos domingos, que foi estendida também às grandes redes, impactando alguns estabelecimentos menores, principalmente os que ficam em bairros mais próximos ao centro.
“Houve uma queda no movimento e, claro, prejudica o pequeno”, declara Alessandra Aparecida Marcatto que é proprietária de um mercado há pouco mais de um ano no Jardim Cristina. “Nós ainda mantemos aqueles clientes que são fixos. Eu vejo aqui mais como uma salvação, aquele socorro para quem quer comprar uma coisinha e não quer enfrentar fila lá no mercado grande”, enfatiza Alessandra.
“Aqui no bairro não interferiu muito, mas depois da abertura aos domingos querendo ou não atrapalha”, afirma Márcia Félix, do Jardim Progresso, local que sua família tem um estabelecimento há 20 anos. 
Luciano Franco, proprietário de um mercado na região dos Cinco Conjuntos, afirma que faz uma estratégia diferente. “Nós procuramos fazer nossa parte aqui, mas sem estar preocupado com os grandes mercados do centro, porque a diferença do poder de fogo deles é muito grande comparando com a nossa”.
Franco conta que, com o passar do tempo e com a experiência que foi ganhando após quatro anos no ramo, começou a saber onde comprar com preços melhores e que também conforme o estabelecimento foi crescendo começou a comprar direto da indústria. “Com isso começamos a ter um preço mais balanceado. Talvez para quem esteja começando ou aquele comerciante que ficou engessado essa abertura dos mercados aos domingos cause mais dificuldades”.
Luciano revela que adotou o mesmo procedimento que as grandes redes fazem para pesquisa de preço, “Você tem que estar toda semana se reinventando, colocando promoções, para trabalhar próximos dos preços praticado por eles”.
Com um estabelecimento localizado em uma grande região da cidade, Franco conta que muitas vezes o seu grande concorrente são os outros mercadinhos da região, e que é comum a briga de preços dentro do bairro. Outra estratégia do comerciante para poder concorrer nos preços é o poder de compra junto aos fornecedores, para isso ele e o sogro, que é dono de outros dois mercadinhos na cidade, se juntaram para comprar em quantidades maiores.