Palmeiras torna grupo fácil e avança na Libertadores com muito mais lições positivas

Quando o Grupo A da Libertadores foi definido com Defensa y Justicia-ARG e Independiente del Valle-EQU, não se imaginava um “grupo da morte”, mas era uma chave com potencial para dificultar a vida do Palmeiras. Não foi o que aconteceu, já que o time de Abel Ferreira passou às oitavas como líder, melhor ataque, além de cinco vitórias e uma derrota – esta com reservas.

O Universitario-PER já se mostrava a equipe mais fraca – e reforçou a imagem ao perder no Allianz Parque por 6 a 0 -, mas os outros rivais são times emergentes na América do Sul. O Del Valle decepcionou, só que o Verdão tem muito mérito por tornar sua vida fácil na competição continental.

O grande legado para o mata-mata, ainda mais com o jogo de quinta, é o fato de jogadores que não são considerados titulares mais uma vez terem demonstrado valor. Gustavo Scarpa já era um nome nesta lista, mas viu outros aproveitarem a chance, também.

Gabriel Menino e Viña são dois exemplos disso. Ambos foram decisivos nos melhores momentos do Palmeiras na temporada passada, mas perderam espaço no time titular em 2021, que nos últimos jogos sentiu falta de alas mais ofensivos, tendo Mayke e Victor Luis.

Contra o Universitario, Menino e Viña foram presenças constantes no ataque, inclusive entrando na área para concluir – o uruguaio fez um gol assim, e o camisa 25 teve uma assistência.

Os dois vão desfalcar o Palmeiras a partir da semana que vem, por conta da data Fifa, assim como Weverton e Gustavo Gómez, mas se candidataram a entrar na equipe titular. Viña, principalmente, já que é um jogador muito mais ofensivo do que Victor.

Um exemplo de como o Palmeiras tornou a vida mais tranquila na Libertadores é o fato de ter sido o melhor ataque da primeira fase, com média de mais de três gols por jogo. Se diante do del Valle a vitória por 5 a 0 foi construída ao estilo que o Verdão é mais conhecido, sem ter tanto a bola, diante do Universitario foi diferente.

Além da fragilidade dos peruanos, a expulsão de Quintero aos 17 minutos fez com que o jogo fosse definitivamente de ataque contra defesa. Com quase 60% de posse de bola, o Verdão contou com erros defensivos graves do adversário, mas finalizou 30 vezes e apostou em um repertório amplo na criação de jogadas.

Abel Ferreira admitiu que o cartão vermelho facilitou a situação, mas foi uma boa chance para o Palmeiras até treinar movimentações ofensivas, aquilo que o português considera ser o mais difícil de trabalhar e que pouco consegue fazer pela falta de tempo para atividades na Academia de Futebol.

Não fosse a derrota nos acréscimos diante do Defensa y Justicia, o Palmeiras tinha boas chances de terminar a fase de grupos com a melhor campanha mais uma vez. Especialmente naquele jogo e na vitória suada contra o Universitario no Peru ficam sinais de alerta por desatenções. Mas o saldo é amplamente positivo.

Resta ao Verdão dar sequência ao desenvolvimento de seu jogo ofensivo para encontrar mais formas de atacar quando sua primeira estratégia não funciona, como na final do Paulistão. Mas assim como nos últimos anos, o Palmeiras vai incomodar na Libertadores.