Palmeiras tem apagão e sofre além do esperado, mas mostra boas novidades em estreia

Quando o Palmeiras fez 2 a 0 sobre o Universitario, no Peru, a equipe de Abel Ferreira já poderia estar goleando e parecia ter a estreia na Copa Libertadores totalmente sob controle. Um apagão de dois minutos, com a expulsão de Alan Empereur e o pênalti de Danilo, porém, transformaram o jogo em um drama que só se resolveu no último lance, com o gol do jovem Renan.

Apesar do sufoco, o resultado do atual campeão na noite desta quarta-feira foi justo. O técnico português escalou o Palmeiras com algumas novidades que podem ditar o ritmo da equipe para frente, especialmente em relação ao esquema. Assim como já vinha ensaiando no Campeonato Paulista, Abel mandou o Verdão a campo com três zagueiros, sem depender tanto das jogadas de lado e construindo com troca de passes pelo meio-campo.

Foi nesse setor que o Palmeiras teve outras duas boas novidades: a sequência de Danilo e Patrick de Paula entre os titulares, com Felipe Melo no banco. Enquanto Gabriel Menino e Zé Rafael não viajaram por problemas físicos, os dois garotos foram muito bem.

Danilo jogou como primeiro meio-campista, enquanto Patrick teve mais liberdade pelo lado esquerdo, aproveitando-se do espaço que Luiz Adriano criou ao sair da área para fazer o pivô. As duas crias da base deixaram o time mais leve do que a dupla Felipe Melo e Zé Rafael e, apesar do pênalti desnecessário cometido pelo camisa 28, demonstraram que podem ser o futuro para o setor, ao menos neste início de temporada.

Embora Abel argumente que não se considera técnico de um único esquema, é inegável seu gosto pelos três zagueiros, seja com 3-4-3 ou 3-5-2 – segundo ele, não há formatação mais agressiva ofensivamente do que essa, apesar daqueles que argumentam ser defensiva.

Contra o Universitario, que demonstra ser o time mais fraco do Grupo A, o Verdão jogou com linhas adiantadas e uma movimentação em que Gustavo Gómez até se posicionava como volante, com Weverton saindo para jogar entre Luan pela direita e Alan Empereur, pela esquerda. Marcos Rocha era praticamente um ponta, e Raphael Veiga jogou bem novamente e tirou proveito dos espaços criados por Luiz Adriano. Como prêmio, fez um belíssimo gol.

A jogada do gol, inclusive, começou com o contestado Luan, marcado por erros em momentos decisivos do Palmeiras, mas que foi muito bem na saída de bola – ele lançou Rony no lance do 2 a 0. Empereur acabou marcado pela expulsão que mudou o rumo do jogo: da falta que gerou o cartão vermelho saiu o primeiro gol dos peruanos, que dois minutos depois empataram pelo pênalti. Um resultado até então inesperado, diante da fraca atuação dos donos da casa e o controle do Palmeiras.

Com um a menos e abalado pelo 2 a 2 em uma partida que poderia estar vencendo antes por três ou quatro gols de diferença, o time se desorganizou com as trocas. Mas chegou à vitória graças a dois atletas que entraram no fim: Gustavo Scarpa, quem cobrou o escanteio, e o zagueiro Renan, autor do gol aos 49 minutos do segundo tempo.

Voltar de Lima com um empate seria um desastre pelo momento turbulento e por aquilo que demonstrou por quase 60 minutos no estádio Monumental. A vitória ameniza um pouco o clima pesado e dá força para Abel continuar a mudar o Palmeiras.

O time com três zagueiros realmente mostrou mais repertório ofensivo e teve nos jovens volantes bons destaques. É um caminho interessante a se seguir e que na próxima terça terá um teste importante, contra o Independiente Del Valle (EQU), um adversário notadamente mais forte.