Atlético-MG segue sem repertório em pressão ofensiva; peças precisam ser trocadas

A estreia do Atlético-MG na Libertadores foi ruim. Pelo resultado, pela diferença de condições de todas as naturezas, e apenas um empate com o próprio goleiro sendo o destaque. Posse de bola, finalizações, presença no campo de ataque, e um ponto somado diante de mais um dia de pouca criatividade e até inteligência tática para vencer um recuado rival. Uma estreia abaixo, com empate de 1 a 1 na Venezuela.

O La Guaira foi com proposta clara para se defender, e muito bem. O goleiro Olses não ficou devendo nada à atuação de Everson, que fez três grandes defesas. Agora, o que precisa ser corrigido para ontem é o repertório de jogadas ofensivas. Há muita força pelas pontas, e é inevitável uma tempestade de “chuveirinhos” na área do adversário quando se vê cinco, seis defensores encaixotados na frente do gol. Porém, o Galo não tem um atacante de jogada aérea. Em vários cruzamentos, simplesmente não havia ninguém de preto e branco perto da bola.

Por outro lado, na defesa, Cuca precisa reformular peças. Allan não vem mostrando a agilidade física necessária que um “cabeça de área” precisa ter, tanto para dar a saída de bola quanto para fechar espaço. O gol sofrido pelo Atlético é para passar 10, 15, 20 vezes na sala do auditório da Cidade do Galo. O atacante Eduardo Vargas não consegue ficar com a bola, e o zagueiro adversário, Martínez, dá dois balanços de corpo e vê a “fortaleza” do Atlético cair igual um castelo de cartas. Allan de um lado, Guga de outro, e Réver (mal na recomposição do segundo tempo) sem reação. Bola no canto de Everson.

Cuca, suspenso, viu a partida de longe e deve ter escutado o irmão e auxiliar, Cuquinha, mandar uma ordem na etapa inicial “põe na área” quando Allan estava com a bola no meio de campo, a metros da meia lua do Deportivo. Um comando típico de quem está desesperado precisando empatar aos 49 minutos do segundo tempo. Não era o caso. Mas a falta de calma ou imaginação para trabalhar alternativas de jogadas é latente.

Some-se a isso a baixa condição técnica de jogadores que foram importantes no passado. Keno, líder de gols e assistências do clube, vem fazendo partidas sem nenhum brilho. Sem o arranque de outrora, mesmo, vários vezes, tendo a parceria com Arana na ponta esquerda. Do outro lado, a briga por posição não pode ser mais entre Savarino e Hulk. Ambos sem dar retorno até o momento.

O técnico alvinegro, que precisa aliviar a pressão da torcida logo no começo do trabalho, já sabe que Zaracho não pode ficar fora das partidas. É, inclusive, melhor alternativa para proteger a zaga do que Allan. Nacho, sempre ativo e participativo, precisa ter com quem “conversar em campo”.

Marrony e Sasha, reservas que quase sempre são utilizados, precisam entrar, nem que seja para ligar um alerta em Keno e Vargas, este último, mesmo com serviços já prestados, empilha chances erradas. Hora de esquentar o banco.