Cuidados e sugestões para a prática de exercício físico frente ao Covid-19

O atual cenário, em virtude do Covid-19, demonstra um grande desafio à saúde. Medidas com caráter ambicioso têm sido implementadas em todo o mundo, a fim de sanar ou retardar a proliferação deste vírus.

Esta proliferação do SARS-Cov-2, segundo a Organização Mundial da Saúde – OMS, ocorre, principalmente, através do contato respiratório interpessoal (pessoas em contato próximo ou através de gotículas respiratórias produzidas quando uma pessoa infectada tosse ou espirra) e em nível reduzido quando do contato com pessoas contaminadas, superfícies ou objetos.

Algumas condições clínicas apresentam riscos agravados:

  • hipertensão,
  • doenças respiratórias,
  • cardiovasculares e
  • metabólicas.

Estudos têm apontado grupos que podem ter risco em potencial aumento: idosos, obesos, indivíduos com condições clínicas descritas anteriormente e doenças crônicas que afetam a parte hemodinâmica e imunológica.

A principal pergunta que muitos fazem, neste momento, é se o exercício físico é adequado durante a pandemia.

Estudos indicam que sim, demonstrando que, com intensidade moderada, têm efeitos positivos nas respostas do sistema imunológico contra infecções respiratórias virais e está associado a vários outros benefícios. Desta forma, exercício físico moderado aumenta os hormônios do estresse reduzindo a inflamação excessiva e leva ao aumento da imunidade contra infecções virais através da alteração nas respostas das células Th1/Th2. Ressalta que exercícios aeróbicos, com intensidade moderada, podem auxiliar na redução do risco de infecção relacionada à COVID-19, melhorar as respostas imunes à Influenza e a vacinação contra pneumonia para idosos.

Portanto, a prática de exercícios físicos tem demonstrado efeito positivo na melhora da imunidade e na prevenção e tratamento complementar para doenças crônicas, sendo crucial para atender, adequadamente, a ameaça do COVID-19.

Segundo o que propõe o Colégio Americano de Medicina do Esporte (ACSM), a realização de exercícios físicos regulares, de intensidade moderada à vigorosa, tende a melhorar as respostas imunológicas a infecções, agindo como prevenção para diversas outras doenças.

Partindo deste pressuposto, a ACSM divulgou sugestões em relação a prática de exercício físico. Constou nelas que exercício físico de intensidade moderada deve ser mantido no período de quarentena em função do Covid. Expôs também a importância para a saúde quanto a cada minuto fisicamente ativo. Quebra, ainda, paradigmas nestas recomendações ao se estender para pessoas em distanciamento social que não estejam infectadas pelo Covid-19 e para pessoas que já estejam infectadas, mas permanecem assintomáticas. Lembra que se os sintomas perdurarem é importante os exercícios físicos serem interrompidos e o indivíduo procurar o médico.

Esta pandemia trouxe a importância da permanência em casa; no entanto, ficar muito tempo em casa pode contribuir para o surgimento do sedentarismo que poderá causar ansiedade e depressão, o que poderá resultar em uma série de doenças crônicas.

Portanto, ter uma vida ativa de forma rotineira, em ambiente seguro. É uma estratégia importante para uma vida com mais saúde durante esta pandemia. Desenvolver a multifuncionalidade de todo o corpo faz-se necessário, pois que inclui exercícios aeróbicos, de fortalecimento muscular, equilíbrio e alongamento, além de tarefas cognitivas que são fortemente recomendadas para idosos.

Com relação ao exercício físico fora do ambiente doméstico, diversa publicação cientifica sólida e que aderem às regras atuais de distanciamento social, recomendam a permissão de esportes ao ar livre como corrida, caminhada e andar de bicicleta.

Não é recomendável o exercício físico para pessoas com sintomas de dor de garganta, dores no corpo, falta de ar, fadiga geral, tosse no peito ou febre. Recomenda-se procurar atendimento médico se apresentar esses sintomas.

Conclui-se que durante a pandemia do Covid-19 torna-se evidente a importância de se movimentar, diariamente, de forma estruturada, através da realização de exercícios físicos. Neste sentido, as recomendações são majoritárias quanto à prática de exercício físico com intensidade moderada durante o período de isolamento social.

Sugere-se a realização de exercícios aeróbicos de 5 a 7 dias por semana, de exercícios de fortalecimento muscular, no mínimo, em 2 a 3 dias por semana, além de exercícios de coordenação, equilíbrio e mobilidade. São contraindicados programas de exercícios prolongados ou treinamento de alta intensidade, sem recuperação adequada, para evitar a imunodepressão e maior suscetibilidade às infeções.

Ressalto que se deve ter cautela quanto ao retorno de exercício físico a quem foi acometido de Covid-19, principalmente devido ao efeito negativo que há no sistema imunológico e a complicações cardíacas causadas pelo vírus.

Anderson Brito é profissional de
Educação Física (CREF: 025051-G/PR)