Cuca é certeiro na tática, Atlético-MG tem minutos de “blitzkrieg” para triunfo de peso

São três vitórias seguidas, e, a última delas, de muito peso, por 2 a 1, na 10ª rodada do Brasileiro. São três vitórias seguidas do Atlético-MG contra o Flamengo, bicampeão brasileiro. Cuca inovou, surpreendeu, e foi para a coletiva sabendo que o que aconteceu no Mineirão dará frutos no futuro. Arriscou, e foi premiado. Uma atuação tática acima da média do time. Com três zagueiros, absorveu o furacão ofensivo do Flamengo e, com um simples movimento de xadrez, venceu com dois gols em questão de segundos.

Foi um jogo de trocação, como o técnico Cuca frisou antes e depois da partida. Sabia o que viria pela frente. Ao mesmo tempo, teve coragem de escolher uma formação inédita para tal. Nathan Silva fez grande atuação, desafogou Réver, perseguiu Bruno Henrique e facilitou a vida da defesa. Everson provou sua qualidade, impediu o empate. No meio de campo, no primeiro tempo, havia um espaço para os atacantes Hulk e Savarino.

Se o Atlético soube se defender bem – o gol de Willian Arão foi uma cabeçada de um especialista, no ângulo, ainda que Junior Alonso poderia ter dificultado a subida do zagueiro -, soube atacar melhor. No segundo tempo, Savarino foi para a esquerda, e “deitou”. Primeiro, um ataque de troca de passes do time. Allan tocou para Nathan, acionando Mariano, que cruzou de canhota, e parecia ter matado a jogada. Mas encontrou Zaracho (grande jogador, ainda mais sem a bola), que tocou para Hulk, e, desarmado, “deu” o gol para Savarino.

Numa blitzkrieg (“ataque-relâmpago”) ofensiva, não deixando a defesa do Flamengo pensar e se posicionar direito, adiantando linhas, liberado Mariano para ser ponta nas costas de Bruno Henrique, o Atlético fez o segundo logo em seguida. Lindo lançamento de Réver para Mariano vencer Filipe Luís na corrida e tocar para o venezuelano. O dono do jogo.

Mas, principalmente, protagonista de uma vitória coletiva, em que o Galo foi time grande sem a bola e vai com moral para encarar o Boca Juniors, na Argentina, e provou que, mesmo sem Guilherme Arana brilhante (e ele será desfalque), o lado esquerdo pode ser efetivo. E, ainda que Hulk não seja a estrela da noite, o Atlético pode vencer com contundência, sem dependência.

Vencer o Flamengo, do jeito que foi, em avanços cirúrgicos no ataque (e o próprio Savarino teve outra oportunidade roubando bola no ataque) dá fortes esperanças ao torcedor. E ainda há a expectativa para Nacho Fernández estar à disposição. Um perigo maior que o Galo levou no jogo foi na saída de Zaracho, ficando com a pressão na saída de bola do Fla menor do que antes. Por outro lado, serviu para, ainda que em pouco tempo, o volante Jair provar que pode entrar mais cedo nas partidas. Nos acréscimos, protagonizou um jogo de queimar o relógio, fundamental para encerrar o jogo sem maios sustos defensivos.