Clubes brasileiros se destacam em campanha para o Dia Internacional das Crianças Desaparecidas

Com apoio maciço dos grandes clubes de futebol do mundo, e participação destacada do Brasil, a campanha “Football Cares” (O futebol se importa, em inglês) foi lançada nesta segunda-feira, Dia Internacional das Crianças Desaparecidas, para chamar a atenção mundial para o problema.

O Centro Internacional para Crianças Desaparecidas e Exploradas (ICMEC na sigla em inglês) reuniu 200 clubes de 60 países, além da Associação de Futebol da Argentina (AFA), Fifa e Associação de Clubes Europeus (ECA), em uma ação para multiplicar as chances de busca de menores desaparecidos em todos os continentes, divulgando fotos das crianças em suas contas no Twitter, com as hashtags #FootballCares e #InternationalMissingChildrensDay. Somando seus seguidores, os clubes participantes reúnem mais de 150 milhões de pessoas no Twitter.

O Brasil é um dos destaques da ação. Com 14 times, de Norte a Sul, o país é o segundo em envolvimento, empatado com Taiwan e atrás apenas da Inglaterra, com 15 clubes. A Itália vem logo atrás, com 13, incluindo a Roma, pioneira na parceria com o ICMEC na última janela de transferências de verão na Europa.

Clubes brasileiros participantes: Athletico-PR, Bahia, Corinthians, Coritiba, Flamengo, Fortaleza, Grêmio, Internacional, Náutico, Palmeiras, Paraná, Paysandu, Santos e Vasco

Até sexta-feira, o ICMEC já contava com mais de 160 clubes, muitos deles rivais em campo, como Barcelona, Bayern de Munique, Borussia Dortmund, Liverpool, Chelsea, Milan, Inter de Milão, Juventus, Lyon, Olympique de Marselha, Benfica, Fenerbahçe e Galatasaray. No fim de semana, juntaram-se à ação quase 40 times, incluindo o Paraná Clube, completando os 14 brasileiros, e quatro gigantes europeus que ainda não haviam confirmado participação: Real Madrid, Manchester United, Manchester City e Paris Saint-Germain.

“É absolutamente incrível, mas não nos surpreende. Embora o futebol seja feito de rivalidade e competitividade, fora de campo é diferente. Os clubes de futebol geralmente são os primeiros a oferecer ajuda em muitas situações e em tempos de dificuldades. Nós temos a sorte de ter o apoio dos nossos incríveis torcedores, mas de vez em quando são nossos fãs e seguidores que precisam do nosso suporte” – afirmou o Diretor de Estratégias da Roma, Paul Rogers.

“Isso não é sobre futebol, é sobre ajudar a encontrar crianças desaparecidas. Há muitas coisas mais importantes que o esporte mas essa é a nossa maneira de usar o poder do esporte para mudar o mundo, e conseguiremos isso se pelo menos uma criança estiver reunida novamente com seus entes queridos” – completou o executivo britânico.

Ano passado, a Roma usou sua conta no Twitter para divulgar fotos de crianças desaparecidas junto com a notícia de jogadores contratados, como Mert Cetin, Chris Smalling, Davide Zappacosta e Henrikh Mkhitaryan.

Seis crianças divulgadas no Twitter da Roma foram localizadas nos meses seguintes. O ICMEC ressalta que não é possível associar diretamente as recuperações com a divulgação dos rostos no Twitter dos clubes, já que há outros mecanismos de busca e reconhecimento de crianças desaparecidas. E a Roma também evita assumir qualquer protagonismo no sucesso dos resgates. Mas isso não impede o clube de se orgulhar do pioneirismo.

“Quando recebemos a primeira ligação da ONG Missing People no Reino Unido dizendo que uma adolescente de Londres, que tinha aparecido no vídeo de Mert Cetin seis dias antes, tinha sido encontrada em segurança, foi um dos melhores dias que eu jamais tive no trabalho. Eu fiquei tão animado para contar a alguém, era como ganhar um troféu. Quando contamos aos jogadores que participaram da campanha, eles ficaram muito felizes, e eu lembro do Chris Smalling contando para a mãe dele o que aconteceu, é algo único” – relembrou Paul Rogers, que teve a ideia da parceria com o ICMEC ano passado.