Atlético-MG domina, mas comete erros; Sampaoli muda e produz 15 minutos vulcânicos

Como de costume, o Atlético-MG entrou em campo com mudanças na escalação de Jorge Sampaoli. Mas o treinador precisou redirecionar o leme para conseguir uma virada de grande dificuldade diante do Corinthians. Ainda que tenha dominado as ações da partida, o Galo cometeu erros fatais em falhas individuais e na marcação pelo lado esquerdo. Porém, a “convicção”, “falta de vergonha” e, principalmente, chutes certeiros criaram 15 minutos invejáveis para a virada por 3 a 2.

“Determinante (para a vitória do Atlético) foi a convicção, de saber que perdíamos de 2 a 0 contra uma grande equipe. E o nosso time não teve vergonha de ir para cima, de subir as linhas” – Sampaoli.

Sampaoli sacou Allan e Savarino da escalação inicial – com surpresas já esperadas. Colocou Jair para fazer a função de volante de contenção, liberando Alan Franco e Nathan (cada um de um lado) para fortalecer a linha com Marrony no meio, e os pontas Marquinhos e Keno. Os extremos não funcionaram, ainda que o lado direito tenha criado chances.

O Atlético tinha a posse de bola – bem diferente da vitória contra o Flamengo -, mas faltava algum jogador receber pelo meio, quando Alonso e Réver tentavam fazer a saída de bola. Os laterais – Guga e Arana – até que afunilaram, mas com intenções direcionadas a abrir o corredor para os pontas. O Galo acertou a trave (e voltaria a ficar no poste no 2º tempo), obrigou Cássio a fazer boa defesa e conseguia chegar na área. A falta de sorte no ataque também se repetiu no sistema defensivo.

O Corinthians, ainda que sem talento na trocação de passes, viu em Jô uma figura central. Primeiro, se favoreceu de recuo totalmente desequilibrado e mal calculado de Guga. Araos chutou pra área, e Jô, oportunista, abriu o placar. O ex-atleticano apareceria muito bem nas costas da zaga, quase na linha de fundo, para tocar de letra no gol de Araos. O que era para baquear o Atlético, fortaleceu o fato de as ideias de Sampaoli estarem sento injetadas em camadas cada vez mais profundas.

Sem desespero e com a mesma filosofia de se defender já no campo de ataque, o Atlético teve 15 minutos brilhantes no início do segundo tempo. A defesa do Corinthians ficou desprotegida e, com Savarino no lugar de Marquinhos e Hyoran na vaga de Franco, o Galo teve espaço.

Troca de passes em velocidade e chutes certeiros – Hyoran, Savarino (na qual o artilheiro do jogo aproveitou o rebote) e Nathan – ilustraram a virada do Atlético, que só não foi maior pela (in)delicadeza do VAR no chutaço de Réver em passe do grande personagem do jogo. Hyoran, outrora criticado, acertou tudo.

Sampaoli continua invicto no comando do Atlético, com sete jogos comandados até aqui, seis triunfos e um empate. Um ótimo começo no Brasileirão, com 100%, mas, exigente que é, terá muitos minutos de palestra e vídeos para corrigir erros do Galo, ainda que o segundo tempo tenha sido coisa de cinema.