“Válvula de escape”

É curioso compreender como as pessoas fazem para canalizar seus problemas, alegrias, frustrações, e coisas do gênero. Chico Buarque retratou, muito bem, como sempre, na música Meu Caro Amigo, suas angústias e a forma como fazia para “segurar o rojão”.

Há quem canalize no álcool, para deixar um pouco a realidade, relaxar e sair desse estágio, fugir um pouco, e quem sabe voltar com a solução, ou ao menos esquecer aquilo que o aflige, nem que piorar no retorno.

Outros buscam refúgio na religião, atrás de um amparo que lhes mostre um caminho. A busca é sempre por um conforto, via de regra, ou seja, ou em uma saída, ou mesmo compreensão.

Algumas pessoas buscam um hobby, não importa qual seja, algo que lhes divirta, outros infelizmente partem para as drogas, geralmente pessoas em estágio mais angustiante. Agora também temos as redes sociais, e me parece, piorando ainda mais a situação de quem nela busca refúgio.

E o futebol? É onde boa parte da sociedade mergulha. Pela “simulação da guerra”, por se sentir incluído em uma “tribo”, por inúmeros fatores, na verdade. Estou lendo um livro do espanhol Ferran Soriano, intitulado A bola não entra por acaso. Ele retrata como o Barcelona se reinventou no início deste século.

A semana foi recheada de opções para quem encontra no futebol um refresco. Na Europa, duas viradas espetaculares em jogos da Liga dos Campeões. Aqui no Brasil, virada sensacional do Fluminense contra o Grêmio em jogo de nove gols. Para mim, em especial, teve ainda a classificação do Flamengo na “Libertadores”.

Em tempos tão hostis, agressivos, violentos e mau humorados, o futebol nos contempla, a mim e a milhares, com momentos de alegria, superação, derrota e vitória. Viva o futebol!