2 de abril, Dia Mundial de Conscientização do Autismo: “Todo azul do mar”

O Dia Mundial do Autismo é celebrado anualmente em 2 de abril, foi criado pela Organização das Nações Unidas em 18 de dezembro de 2007 para a conscientização acerca do Transtorno do Espectro Autista (TEA).

O Transtorno do Espectro Autista (TEA), afeta a pessoa causando problemas de comunicação, dificuldade de integração na sociedade, seus primeiros sintomas aparecem antes dos três anos de idade, não há cura para essa doença, o tratamento precoce pode amenizar os sintomas.

Ainda não existe nenhuma evidência exata das causas do autismo, mas possuem teorias que podem influenciar como, as pessoas autistas terem herdado genes com mutações, o uso de medicamentos no pré-natal, a idade dos pais na concepção, nascimento prematuro, entre outros.

Por isso é imprescindível buscarmos conhecimento para que, possamos, entender e atender as urgências suscitadas por nossos filhos e nossas filhas, diuturnamente.

Quando pensamos em pessoas com Transtorno do Espectro autista, na maioria invariável das vezes, lançamos nosso olhar para os desafios que indiscutivelmente, se apresentará para nós!  É assim quando temos um aluno, uma aluna autista, é assim quando temos um/uma paciente TEA, é assim quando temos um/ uma cliente, é assim quando temos munícipes autistas que clamam por políticas afirmativas que atendam, conforme a lei 12714/5216 as peculiaridades legitimas da pessoa com TEA, independente do seu nível constado em laudo (Nível I, II ou III).   É preciso segurar o leme e seguir na direção correta, sem deixar ninguém para trás.

A experiência de filhos e filhas com TEA descortina sob nossos olhos uma gama de possibilidade e sentimentos misturados que nos levam a pensar naquela música do 14 Bis, antiga, TODO Azul do mar, mas não simplesmente porque a cor azul representa o Autismo. Mas sim, porque ter a experiência do convívio com nossos filhos, nossas filhas é como ver o mar pela primeira vez,  e o contemplar dos nossos olhos nos dá a sensação assustadora, mas nós mergulhamos em todo esse desconhecido,  nesse mar azul com   a certeza absoluta que para além de um diagnóstico, seria amor,  vinha para ficar e nos inundar. Somos inundadas e inundados por esse amor desafiante e desestruturante!

Nossos filhos e nossas filhas vieram para nos ensinar a plenitude do amor, vieram a esse mundo sofrido, contraditoriamente, para nos ensinar o que é AMAR. Vieram ensinar a nós como viver sem mentir, sem fingir, vieram nos ensinar a sermos melhores em meio ao caos. Não desperdicemos a oportunidade, aprendamos com nossos e nossas anjos azuis.

E é isso, ser mãe de uma pessoa com TEA é assombrosamente complexo assim, é como ser dona de todo azul do mar, e isso não fácil, não!

E tudo que a gente faz é confessar nossas dores, nossas alegrias, nossas expectativas e frustrações, tendo a consciência que somos escravas desse amor e livres para amar.

*Pedagoga Alessandra Guimarães dos Santos Medina, mãe do Pablo Henrique.