A comunicação e seus reflexos na gestão

Acredito que um dos maiores desafios e que pode determinar o sucesso ou o fracasso de qualquer iniciativa empresarial é a comunicação e, no termo “Comunicação” precisamos sempre levar em conta “o que é dito”, “como é dito”, “em que tempo é dito”, “para quem é dito”, e “o que se espera daquilo que é dito” (por que é dito).

Ao analisarmos cada um destes quesitos, todos parecem muito simples, na verdade, este é um dos maiores, senão o maior desafio de nossos negócios, senão vejamos:

O que é dito – Não interessa neste texto, destacar a forma de comunicação, se é pessoal, virtual, falada, escrita, etc. O que precisamos ter certeza absoluta é que as pessoas tenham plena clareza e consciência do entendimento daquilo que foi dito. Os maiores índices de erros são consequência da falta de entendimento ou conhecimento exigido para o desenvolvimento das atividades.  Este fator pode gerar perdas financeiras e, inclusive, riscos físicos de acidentes aos envolvidos.

No tópico “Como é dito”, sabemos todos que, muitas vezes, os maiores estragos nos relacionamentos pessoais ou profissionais são causados pela forma como as coisas são ditas. Não podemos esquecer que o tom de voz, o semblante, os gestos e a expressão corporal, tanto de quem transmite como de quem recebe as informações, transmitem aquilo que as pessoas entendem e compõem um todo. De nada adiantam palavras educadas com gestos ou expressões que não se ajustam àquilo que é dito.

No terceiro item, vemos “em que tempo é dito”. Nada pior do que uma discussão ou gasto de energia sobre assuntos passados que não podem ser mudados e cujos reflexos já produziram seus efeitos. Neste caso, registramos apenas a transmissão de mágoas ou cobranças sobre assuntos que deveriam ter sido resolvidos anteriormente.

Acredito que, muitas vezes, gastamos energia para justificar, quando o importante seria gastar a energia para resolver.  O mesmo vale para discussões não fundamentadas ou crises de ansiedade para questões futuras em que não temos como interferir e sequer sabemos se vão ocorrer… Exemplos: por que não fizemos isso ou aquilo? Quem não fez? Claro que é normal cobrar a responsabilidade, porém, precisamos incluir a pergunta principal: o que podemos fazer para resolver? Qual a solução?  Neste caso, compete aos líderes evitar que as discussões prolonguem-se e tornem-se retóricas, sem objetividade.

No quarto item, temos a definição “Para quem é dito”. Muitas vezes, de forma intencional ou não, tratamos os assuntos com as pessoas que não estão envolvidas no assunto. Nada pior na empresa, ou nas nossas vidas, do que sermos cobrados pelas pessoas por assunto que deveríamos ter tratado com elas de forma direta, entretanto, ficaram sabendo por terceiros.  Além do constrangimento, temos ainda o risco de que a informação seja transmitida de forma errada ou incompleta, e depois precisamos de maior esforço para esclarecer a questão, ou ainda pior, o relacionamento entre as partes pode ser abalado e a necessária confiança e o respeito não se recuperam.

Realmente, precisamos levar sempre em mente que devemos tratar os outros como gostaríamos de ser tratados e que não existe espaço para quem não assume suas responsabilidades.

Finalmente, precisamos ser muito claros sobre o que esperamos daquilo que é dito (por que é dito). Nada é pior do que esperarmos o cumprimento daquilo que foi combinado, e uma das partes não cumprir. Este sentimento fica ainda mais negativo, se além de não cumprir o combinado a parte faltar com a verdade e resolver arranjar desculpas que não se sustentam. Com a revolução tecnológica que está em andamento, as informações serão a cada dia mais velozes, e os dados passados serão confrontados a todo instante, por isso, teremos cada vez menos espaço para explicações e justificativas que não se sustentam.

Pessoalmente, tenho como princípio que cada gestor deve ser livre para formar suas equipes e, da mesma forma, é o responsável pelos resultados obtidos por estas equipes. Não existe mais espaço para quem não entrega o resultado pactuado e, quer gostemos ou não, esta regra define o sucesso daquilo que fazemos.

Vamos pensar sobre isso.

Obrigado!