Flávio Colin volta as livrarias brasileiras

Flávio Barbosa Mavignier Colin era carioca e nasceu no dia 20 de junho de 1930. Multitalentoso, ele foi ilustrador, publicitário, escultor e quadrinista, essa sim sua grande paixão, e deixou um legado para os quadrinhos brasileiros e para muitos desenhistas que admiram sua técnica.

Um de seus entusiastas é outro grande mestre da HQ mundial, Jô Oliveira, autor de A Guerra do Reino Divino, história com inspiração na arte de cordel publicada em 1975 na Europa. “Sou fã de Colin!”, disse. “Acho o trabalho desse grande quadrinista muito autêntico e com cara de Brasil”. O premiado designer e quadrinista Ricardo Leite vai na mesma linha. “Flavio Colin é um dos poucos artistas dos quadrinhos que consegue tanta expressividade com tão poucas linhas”. E acrescenta: “em cada cena desenhada uma aula de grafismo, um gênio da síntese gráfica!”

De fato, Colin tem um estilo próprio inconfundível e não são muitos os desenhistas de quadrinhos que podem dizer que criaram um estilo tão pessoal que poucos conseguiriam reproduzir.

Seus primeiros trabalhos têm inspiração no mestre do claro-escuro, o americano Milton Caniff, criador dos clássicos Terry e os Piratas e Steve Canyon. Mas Colin já buscava o seu estilo desde os primeiros trabalhos que fez em 1957 para a Garimar, uma pequena editora carioca que publicava a revista Coleção de Aventuras – Força Expedicionária Brasileira, com histórias de guerra narradas pelos ex-combatentes da FEB.

Sua passagem pela publicidade terminou ajudando a refinar o seu estilo. O domínio de sua técnica dá a seu traço um vigor tão expressivo que o leitor simplesmente se entrega ao deleite visual criado pelo artista. Seu estilo é capaz de ir de uma cena delicada ao mais profundo horror; do humor caricato a uma situação dramática e angustiante, de um quadrinho para outro.

A partir dos primeiros anos da década de 80, a Vecchi e a Grafipar entram em declínio e fecham as portas. O mercado se retrai novamente e Colin começa a passar mais um período de dificuldades, voltando a fazer trabalhos esporádicos para publicidade. Começa também a colaborar com a Editora D-Arte, do amigo Rodolfo Zalla, que publicava com grande esforço as revistas Calafrio e Mestres do Terror.

Retorno as livrarias

No mês de julhos duas editoras anunciaram trabalhos distinto de Colin, a Editora Pipoca e Nanquim e a Figura.

Aventuras do Anjo #5 – O lenhador maldito que foi lançada em setembro de 1959, que será a primeira “Edição de Artista” publicada no Brasil, numa parceria com a Editora Figura.

Programada para sair no formato A3 (30 x 42 cm), a edição reproduzirá as artes originais de Colin em tamanho real e sem retoques, para o leitor curtir a arte do mestre em toda a sua essência.

A pré-venda no Catarse inicia na segunda semana de agosto e a previsão de lançamento é outubro.

Já a Pipoca & Nanquim programou para a pré-venda de Terror no inferno verde, a edição será uma coletânea trazendo algumas das melhores histórias produzidas por Flávio Colin.